Autoridades, familiares e amigos se despedem do ministro do STJ Paulo de Tarso Vieira Sanseverino

Autoridades, familiares e amigos se despedem do ministro do STJ Paulo de Tarso Vieira Sanseverino

Velório acontece em Porto Alegre e segue até a tarde de segunda-feira

Kyane Sutelo

Neste domingo, velório acontece na capela histórica do Crematório Metropolitano da Capital.

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O velório do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo de Tarso Vieira Sanseverino começou na manhã deste domingo, na capela histórica do Cemitério São José, no Crematório Metropolitano de Porto Alegre, no bairro Azenha. Familiares e amigos se reuniram para dar o último adeus ao magistrado, assim como autoridades que passaram pelo local. 

"O principal a destacar do meu pai foi a generosidade autêntica e genuína dele. Uma humildade no trato com todos", disse o filho Gustavo, que fez questão de dar um depoimento sobre a importância de Sanseverino. Ele ainda ressaltou que essas características fizeram com que o pai somasse amizades em todos os locais por onde passou. "Ao longo de todas as andanças dele pelo Brasil e pelo mundo, ele formou muitas amizades", contou Gustavo.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, esteve na capela para se despedir do colega. Ela chegou emocionada e foi abraçada por amigos. Ao sair, salientou a memória que guarda de Sanseverino. "Um homem espetacular, querido de todos, admirado por todos. Realmente uma pessoa absolutamente diferenciada. A gente fica com uma enorme tristeza", disse.

O ex-ministro do STJ Jorge Mussi, que deixou a corte no final do ano passado, foi um dos primeiros a chegar na capela para as despedidas. "O Judiciário brasileiro está menor. O sanseverino foi um grande agregador, formador da jurisprudência. Um profissional que representou as mais caras tradições do Judiciário brasileiro", afirmou. Mussi disse que outros ministros estão a caminho de Porto Alegre para se despedirem de Sanseverino.

Ex-ministro do STJ Jorge Mussi lamenta morte de Sanseverino | Foto: Ricardo Giusti

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), desembargador Francisco José Moesch, relembrou a paixão que compartilhava com o amigo e colega pelo Grêmio, ao contar que recebeu a notícia do falecimento no dia do jogo de seu time. Ele destacou as qualidades de Sanseverino. "Um grande homem. Ético, exemplar, simples e modesto, que é a característica dos sábios", avaliou.

Presidente do TRE-RS e desembargador, Francisco José Moesch destacou qualidades de ministro | Foto: Ricardo Giusti

Legado

O desembargador catarinense Francisco Xavier Medeiros Vieira, tio de Sanseverino, disse que ele honrou o legado da família na atuação jurídica. O magistrado ressaltou também o ser humano que Sanseverino foi. "Ele deixou uma lacuna impreenchivel. Porque ele era, antes de tudo, um ser íntegro. Não mudava nunca seu jeito de ser, seu otimismo", relembrou.

O juiz de direito Orlando Faccini Neto classificou a perda de Sanseverino como "enorme". Conforme ele, o ministro era o jurista de maior projeção do Rio Grande do Sul. O magistrado ainda ressaltou a trajetória acadêmica de Sanseverino. "Tudo isso reunido numa pessoa de bem, um sujeito afável, educado e sempre disposto a ajudar os outros. O que, aliás, no meu caso, fez muitas vezes com palavras de apoio e muita generosidade", afirmou.

O velório prosseguirá ao longo do dia e, na segunda-feira, será retomado a partir das 7h30min, no auditório do Crematório Metropolitano. A cerimônia de despedida está prevista para as 15h. O ministro morreu na tarde de sábado, aos 63 anos, no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Ele estava internado na instituição de saúde em decorrência de um câncer em estágio avançado. 

Trajetória

Paulo de Tarso Vieira Sanseverino teve uma carreira de quase quatro décadas dedicada à Justiça, mas estava afastado nos últimos meses para cuidar da saúde. Graduado pela Pucrs era mestre e doutor na área Cível pela Ufrgs. Desde 2010 integrava o STJ, onde era membro da 2ª Seção e da 3ª Turma, ocupando a cadeira que havia pertencido à ministra Denise Arruda e aos ministros Ruy Rosado e Athos Carneiro. Juiz substituto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atuou como juiz de propaganda eleitoral nas últimas eleições.

Antes de chegar ao STJ, Sanseverino teve outras vivências no Poder Judiciário. Foi agente administrativo do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) e assistente superior judiciário do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS). Depois, tornou-se promotor, juiz de Direito e desembargador do TJRS. Ainda foi professor em instituições como Pucrs, Instituto Brasiliense de Direito Público e Fundação Escola Superior do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. O ministro deixa a esposa, Maria do Carmo Stenzel Sanseverino, e os filhos Luíza e Gustavo.


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