Bancada governista dá sinais de que aceitará inverter pauta na CCJ da Câmara

Bancada governista dá sinais de que aceitará inverter pauta na CCJ da Câmara

Coordenadores partidários vão se reunir com o presidente do colegiado para discussão sobre os trâmites

AE

Debate sobre PEC da Previdência deverá ser extenso, prevê presidente da comissão

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Com a iminência de uma vitória do Centrão, governistas dão sinais de que vão aceitar a inversão de pauta na Comissão de Constituição Cidadania e Justiça (CCJ) nesta segunda-feira, 15, para que a proposta de emenda à constituição do Orçamento impositivo seja analisada antes de dar continuidade ao debate da reforma da Previdência no colegiado.

O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO) disse que o partido não se opõe à aprovação da PEC do Orçamento. "Somos favoráveis a votar os dois. A ordem não altera", afirmou Waldir. Ele disse ainda que é "indiferente" o que se vote primeiro desde que a admissibilidade da reforma da Previdência seja aprovada até esta quarta-feira.

No entanto, ao inverter a pauta do dia, o cronograma da CCJ para esta semana fica indefinido já que há diversas estratégias que poderão ser usadas, principalmente pela oposição, para se adiar o debate da Previdência. Para inverter a pauta, é necessária maioria simples para aprovar o pedido. Ou seja, se os 66 membros titulares estiverem presentes à reunião, serão preciso 34 votos a favor.

Os partidos do Centrão que pediram prioridade ao Orçamento, DEM, PP e PR, somam 12 membros no colegiado. Além deles, a oposição, que soma 17 deputados na CCJ, já sinalizou que deve aderir ao movimento. Há ainda a expectativa que parlamentares de outros partidos também votem pela inversão. Daqui a pouco, os coordenadores partidários da CCJ vão se reunir com o presidente do colegiado para discussão sobre os tramites. Um acordo pode ser costurado no encontro. 

Debate sobre a Reforma da Previdência

O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), reconheceu o esforço do governo para articular a base aliada e aprovar a reforma. “Estão fazendo trabalho de corpo a corpo, conversando individualmente com cada deputado, começando pelos integrantes da CCJ. Até a próxima terça, deve ter mapeamento das intenções de votos. Na etapa da CCJ, acredito que já há condições para superar obstáculos”, declarou.

Ele evitou estipular um cronograma de votação devido à “instabilidade política”, mas trabalha para votar a proposta nesta semana. Francischini disse ainda que fez um apelo para que os líderes do governo e da oposição façam um acordo para evitar “obstruções desnecessárias” que atrasariam a tramitação. “Todos os líderes com quem conversei me disseram que vão se reunir no fim de semana. Minha intenção é que o trâmite seja o mais ágil possível”, afirmou.

O presidente da CCJ prevê, entretanto, uma longa discussão em torno da proposta, já que 85 deputados estão inscritos para o debate. “Após dez oradores, pode ser apresentado pedido de encerramento de discussão, mas acredito que está caminhando para todos falarem, o que pode significar mais de 20 horas de debate”, revelou.

 


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