Bloco 2 das rodovias: governo do RS prevê leilão em outubro
Secretário acredita que a resistência tende a diminuir com novo edital, uma vez que pedidos foram atendidos

publicidade
Trabalhando para apresentar o novo edital de concessão das rodovias do bloco 2 na próxima semana, o governo do Estado pretende realizar o leilão no final de outubro. A data tem como objetivo “aproveitar uma janela de oportunidade em relação aos outros projetos que estão sendo desenhados no Brasil”, explicou o secretário da Reconstrução, Pedro Capeluppi.
Alvo de resistências, o projeto precisou passar por alterações para conseguir atender a uma das principais demandas de deputados e prefeitos: reduzir a tarifa dos pedágios para abaixo dos R$ 0,23 por km já postos. Segundo o secretário, a equipe técnica realiza uma série de simulações para conseguir incorporar sugestões e reduzir a tarifa que envolvem redução ou mudança no calendário de obras propostas.
Veja Também
- Governo do RS deve enviar projeto de concessão do bloco 2 na próxima semana
- Os pontos mais polêmicos da concessão do Bloco 2
- O que dizem os parlamentares sobre a concessão do Bloco 2
“Quando você reduz uma duplicação ou transforma uma duplicação em uma terceira faixa, você muda todos os outros dispositivos que estão associados a essa rodovia. Nós estamos falando de 415 quilômetros. Então os técnicos precisam ser muito criteriosos nessa análise para que a gente tenha um projeto bem desenhado”, explicou o secretário.
Com isso, o governo prevê o fim das resistência com a concessão, ao menos entre os prefeitos. “Nosso intuito foi atender grande parte das sugestões trazidas, então vamos chegar a uma tarifa mais baixa e vamos incorporar uma série de atualizações que foram pedidas. Então é natural que, se nós vamos atender os pedidos das pessoas, a resistência tende a diminuir”, afirmou.
Ampliação do aporte por parte do governo
Outra alternativa para redução no valor das tarifas é o governo ampliar o aporte dos recursos do Funrigs (Fundo de Reconstrução), hoje de R$ 1,3 bilhão. A alternativa foi posta pelo próprio governador Eduardo Leite (PSD) e vai ser um dos pontos estudados junto com ele, em uma reunião no Piratini na próxima semana, antes do projeto ser levado à público.
O chamado bloco 2 inclui 32 municípios gaúchos da região Norte e do Vale do Taquari, com um total de 414,91 quilômetros de extensão e contemplando sete estradas (ERS-128, ERS-129, ERS-130, ERS-135, ERS-324, RSC-453 e BR-470). O lançamento do edital era previsto para abril, mas ante os entraves, ficou para maio – data que o governo ainda trabalha.
O edital prevê a criação de 24 praças de pedágio, no modelo free flow, espalhadas pelas sete rodovias, com valores que vão de R$ 5,29, o mais caro, a R$ 2,08, o mais barato. O edital original previa o montante de R$ 6,7 bilhões de investimento nas rodovias gaúchas, sendo R$ 1,3 bi do governo e R$ 5,4 bi da concessionária que vencer o certame. As cifras, contudo, podem sofrer variações neste novo modelo.
Governo apresentará projeto para base
Apesar de as concessões de rodovias não precisarem passar pelo aval da Assembleia Legislativa, o governo também deve apresentar o novo edital aos deputados da base, assegurou o chefe da Casa Civil, Artur Lemos. Além da resistência dos prefeitos, a proposta também foi rechaçada dentro do Parlamento, incluindo por parlamentares da base.
A bancada do PP, maior partido governista dentro da Casa, fechou posição contra a concessão e vem encabeçando, na base, os movimentos contrários. Em reunião com o governo, os deputados tinham recebido a promessa de que receberiam um devolutivo com as alterações propostas até o dia 10 deste mês, mas seguem sem respostas.
As propostas de mudança ventiladas para baratear os pedágios, contudo, não parecem satisfazer as insatisfações dos Progressistas que defendem, ao fim e ao cabo, o adiamento do edital e a aplicação dos R$ 1,3 bi em obras emergenciais.