Bolsonaro admite ter falado a expressão "PF" em reunião ministerial

Bolsonaro admite ter falado a expressão "PF" em reunião ministerial

Presidente defendeu a divulgação na íntegra de vídeo de encontro em Brasília

Correio do Povo

Bolsonaro admitiu ter falado a expressão PF durante reunião ministerial

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O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta sexta-feira que falou, durante a reunião ministerial investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a sigla PF, em referência à Polícia Federal. Em conversa com jornalistas, na saída do Palácio do Planalto, o chefe de Estado alegou que estava se referindo à segurança de sua família. 

"A palavra PF. Tem a ver com a Polícia Federal, mas é reclamação PF no tocante ao serviço de inteligência. Eu não vou me submeter a um interrogatório por parte de vocês. Eu espero que a fita se torne pública para que a análise correta seja feita", disse Bolsonaro.

Irritado, o presidente chamou a entrevista de "palhaçada" se recusou a continuar respondendo perguntas sobre o tema. "Eu não vou me submeter a um interrogatório da parte de vocês. Espero que a fita se torne pública para que a análise correta seja feita", disse.

O presidente disse que, após a divulgação do vídeo da reunião ministerial, será criticado por falar palavrões. "O que rouba e mete a mão, esse está a altura (de ser presidente) e fala bonito. Fala manso. Como o ex-presidente boca mole e continua falando besteira por aí", disse sem citar diretamente a quem se referia.

A fala de hoje de Bolsonaro corrobora o que a própria Advocacia Geral da União (AGU) afirmou nessa quinta-feira e o trecho transcrito que foi publicado pelo órgão. 

AGU 

Em manifestação encaminhada nessa quinta-feira ao STF, a AGU pediu o levantamento do sigilo das declarações do presidente Jair Bolsonaro na reunião ministerial ocorrida em 22 de abril. Em uma das falas mais contundentes, o presidente reclamou da Polícia Federal e foi enfático ao falar sobre intervir nos ministérios: "Vou interferir". 

PGR 

O procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu apenas a divulgação das falas do presidente Jair Bolsonaro que estiverem relacionadas com a investigação sobre a reunião no Palácio do Planalto, realizada no dia 22 de abril. No parecer, Aras afirmou que a divulgação íntegra da reunião ministerial contraria as regras e princípios constitucionais de investigação. 

A decisão final sobre a quebra de sigilo será do relator do caso, ministro Celso de Mello.


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