Comissão de Ética da Câmara de Porto Alegre analisa acusações contra vereador da base

Comissão de Ética da Câmara de Porto Alegre analisa acusações contra vereador da base

GIlvani o Gringo (Republicanos) recebeu duas denúncias por “quebra de decoro parlamentar”; contrariado, vereador afirma estar sendo vítima de perseguição

Rodrigo Stolzmann

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Avançam na Comissão de Ética da Câmara de Porto Alegre duas denúncias contra Gilvani o Gringo (Republicanos). Ambas acusações se baseiam em supostas “quebras de decoro parlamentar” por parte do vereador. À reportagem, o parlamentar afirmou estar sendo vítima de perseguição.

A primeira imputação diz respeito a uma “fiscalização” empreendida por Gilvani no dia 15 de fevereiro. Segundo representação da Cootravipa, o vereador teria ido à EBAP 10 para verificar o funcionamento dos motores das bombas.

No episódio, dois sócios que ali trabalhavam teriam sido “tratados com desrespeito e total falta de urbanidade”. Enquanto indagava o motivo pelo qual todos os motores não estavam funcionando, o parlamentar teria ainda adotado postura “machista” e “etarista” com os profissionais.

Hoje, o processo aguarda o parecer do relator do caso, Aldacir Oliboni (PT). O petista tem o prazo de seis sessões plenárias para dar a sua representação, que, após isso, será acatada ou rejeitada pelos integrantes da comissão.

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De autoria do Simers, a segunda acusação se refere ao episódio no qual o vereador se dirigiu à UPA Moacir Scliar para, segundo ele, verificar se os profissionais estavam trabalhando. A instituição alega que a ação, mascarada como atividade fiscalizatória, teve como único intuito “angariar capital político”.

“A intenção desse tipo de conduta é vilanizar e vilipendiar os profissionais que estão em atuação”. Para Marcelo Matias, representante do Simers que protocolou a denúncia, é nítido que as atitudes do parlamentar atentam contra o “Código de Ética e Decoro Parlamentar”.

De acordo com o critério estabelecido pelo regimento interno da Casa (ordem alfabética), Alexandre Bublitz (PT) conduzirá o caso. Ainda não há data para o proceder da acusação.

Dentre as possíveis punições (caso haja), o parlamentar poderá receber uma advertência pública, uma suspensão de 30 dias ou até mesmo perder o seu mandato. A última, todavia, demandaria uma posterior deliberação em plenário.

Vereador reage às denúncias e diz ter agido corretamente

Gilvani nega todas as imputações. Ou, pelo menos, a legitimidade delas. “Eu sou vereador eleito pelo povo. Fiscalizar é meu dever”, defendeu. O parlamentar entende que agiu da forma correta em ambas situações, pois verificar o funcionamento dos serviços públicos é um direito seu previsto em lei.

Questionado a respeito das denúncias, o vereador disse que há um processo de perseguição em curso. “Quero que as coisas melhorem, é claro que vou causar irritações”. Mesmo assim, Gilvani foi categórico ao afirmar que não mudará a sua postura: “estou aqui para fazer o que é correto e seguir meus princípios”.

Coincidentemente, as acusações ganharam força dentro da Câmara após crescentes tensionamentos entre o vereador e o restante da base. Informações dos bastidores dão conta que, para além de sua conduta combativa, o posicionamento do parlamentar sobre a concessão parcial do Dmae tem gerado conflitos.

Em suas redes sociais, Gilvani se manifestou a respeito do assunto:

*Supervisão Mauren Xavier


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