Acomodar correntes é desafio para Tarso

Enquanto a ocupação de espaços pelos partidos aliados, o ingresso do PTB no governo e as negociações com o PDT tomam conta do noticiário, uma série de articulações internas que pouco aparece é determinante na composição do secretariado do governador eleito, Tarso Genro (PT). Ela diz respeito a acomodação das nove correntes do partido que hoje têm voz na executiva estadual, composta por 19 integrantes (mais o presidente estadual e o líder da bancada na Assembleia Legislativa).

De forma a conter o ímpeto da disputa interna, em suas manifestações públicas, Tarso sempre assegura que não formará um governo de cotas. Na prática, porém, cada corrente terá ao menos uma secretaria, número que varia de acordo com o poder interno de cada uma delas. Quatro correntes já estão oficialmente representadas por secretários anunciados. Não por coincidência, integram a Democracia Socialista (DS) - a de maior peso individual na executiva, com três representantes e mais o presidente - os futuros chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, e o secretário da Fazenda, Arno Augustin. O titular da Secretaria Geral de Governo, Estilac Xavier, é do PT Amplo. João Motta, futuro secretário do Planejamento, milita na Unidade na Luta. E Marcelo Danéris, que coordenará o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, é da Esquerda Democrática.