Apoio de PTB a Marchezan acirra disputa no segundo turno em Porto Alegre
Principal desafio da oposição será tentar minimizar desgaste de ser representante da atual gestão
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O anúncio do apoio a Marchezan não representa a transferência automática dos votos para o tucano, mas o PTB atua bem, há tempo e de forma organizada, nas periferias de Porto Alegre, o que pode representar reforço significativo em favor de Marchezan.
O principal desafio de Sebastião Melo, candidato do PMDB, além de tentar minimizar o desgaste de ser o representante da atual gestão, será a tentativa de neutralizar a identificação feita por parte do eleitorado, que viu em Marchezan — desde o início da eleição, o crítico mais incisivo de Melo — uma alternativa, o novo, garantindo ao tucano o primeiro lugar na disputa. Apesar de ele ser do PSDB, um partido tradicional, a vinculação não foi feita pelo eleitorado.
Não por acaso, mesmo com a orientação pela abstenção e pelo voto branco ou nulo no segundo turno, defendida em resolução aprovada pelo PT de Porto Alegre, petistas ferrenhos e militantes convictos do partido começaram movimento nas redes sociais abrindo voto para Melo. O argumento destes petistas é o de que o peemedebista, apesar da atual gestão e do papel de protagonismo de seu partido no impeachment de Dilma Rousseff, representa uma ameaça ideológica menor do que Marchezan.
Menor concorrência
A decisão do PTB, de apoiar Marchezan, não causou surpresa para ninguém. O partido, que assim o como o PP, vice na chapa do tucano, integra o governo Fortunati, entre as justificativas para a escolha, mencionou a possibilidade de maior protagonismo em eventual vitória de Marchezan. O protagonismo envolve projetos, mas, na prática, passa também pela divisão de cargos, que será facilitada com menor número de partidos de peso no páreo.