Bolsonaro é o primeiro presidente do Brasil a disputar a reeleição e perder

Bolsonaro é o primeiro presidente do Brasil a disputar a reeleição e perder

Atual chefe do Executivo foi derrotado neste domingo (30) por Luiz Inácio Lula da Silva

R7

Atual chefe do Executivo foi derrotado neste domingo (30) por Luiz Inácio Lula da Silva

publicidade

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se tornou o primeiro chefe do Executivo a concorrer à reeleição e não vencer. Neste domingo (30), ele foi derrotado em segundo turno por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desde que a reeleição para presidente da República passou a valer, em 1994, foram reeleitos para o cargo Fernando Henrique Cardoso, o próprio Lula, em 2010, e Dilma Rousseff.

Com a vitória deste domingo, Lula vai ocupar a Presidência da República pela terceira vez na história. Ele já teve dois mandatos como presidente do Brasil, entre 2003 e 2010. O vice-presidente será Geraldo Alckmin (PSB).

Campanha

Lula foi eleito sob a bandeira de "resgatar a esperança" do Brasil. No plano de governo dele, o petista fala em transformar "um país devastado por um processo de destruição que nos trouxe de volta a fome, o desemprego, a inflação, o endividamento e o desalento das famílias".

O presidente eleito tem como principal compromisso implantar políticas públicas para socorrer a população mais vulnerável, sobretudo para combater a fome. Lula promete manter o Auxílio Brasil a R$ 600 e transferir um adicional de R$ 150 para famílias beneficiárias do programa que tenham filhos de até 6 anos de idade — o bônus será pago a cada criança dentro dessa faixa etária. A ideia do presidente eleito é retomar o nome Bolsa Família para o programa.

Ele disse ainda que vai conceder aumento real para o salário-mínimo, ou seja, acima da inflação. Segundo Lula, o governo dele também vai refinanciar as dívidas de todos os brasileiros que estão com o nome sujo no SPC e no Serasa. O presidente eleito ainda garante que vai criar linhas de crédito com juros baixos para micro, pequenos e médios empreendedores, a fim de estimular a geração de empregos.

A proposta de governo de Lula também fala em implementar uma nova legislação trabalhista, de proteção social a todas as formas de ocupação, de emprego e de relação de trabalho. O petista quer dar maior atenção a profissionais autônomos e domésticos, a trabalhadores que atuam de casa e aos mediados por aplicativos e plataformas.

Saúde, educação e segurança pública

Para a saúde, o presidente eleito tem como metas fortalecer e aprimorar a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), com a valorização e formação de profissionais de saúde, a retomada de políticas como o Mais Médicos e o Farmácia Popular, bem como a reconstrução e fomento ao Complexo Econômico e Industrial da Saúde.

Lula garante também que vai investir em educação de qualidade e fortalecer a educação básica, da creche à pós-graduação. Segundo ele, o governo vai coordenar ações com estados e municípios, retomando as metas do Plano Nacional de Educação.

Segundo o presidente eleito, ele vai se reunir com os 27 governadores eleitos neste ano e montar um planejamento para retomar obras paradas e definir obras prioritárias. De acordo com ele, o governo dele vai buscar financiamento e a cooperação — nacional e internacional — para o investimento público e privado, para dinamizar e expandir o mercado interno de consumo, desenvolver o comércio, serviços, agricultura de alimentos e indústria.

Além disso, o petista pretende aprimorar o Sistema Único de Segurança Pública. De acordo com o plano de governo dele, serão realizadas reformas para ampliar a eficiência do sistema por meio da modernização das instituições de segurança, das carreiras policiais, dos mecanismos de fiscalização e supervisão da atividade policial e do aprimoramento das suas relações com a Justiça criminal.

Ainda segundo Lula, ele vai ampliar a quantidade de ministérios no próximo ano. Hoje, são 23 pastas do governo federal. O petista pensa em criar ao menos outros 10: Segurança Pública, Desenvolvimento Agrário, Pesca, Pequena e Média Empresa, Cultura, Povos Originários, Direitos Humanos, Planejamento, Mulher, Fazenda e Igualdade Racial.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895