Bolsonaro e Lula obtêm direitos de resposta no TSE
Campanha do presidente poderá contestar material que sugere "canibalismo" e PT responderá sobre vínculo com criminalidade
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As campanhas dos candidatos Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva obtiveram direitos de resposta no horário eleitoral gratuito no segundo turno das Eleições 2022. O atual presidente obteve direito de resposta sobre uma propaganda eleitoral que sugere que o chefe do Executivo federal seja canibal. A decisão é do ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ministra Maria Cláudia Bucchianeri concedeu um pedido de resposta à campanha do ex-presidente Lula pelo adversário associar sua imagem à criminalidade e descontextualizar dados de votos em presídios.
A propaganda do PT usou trechos de uma entrevista de Bolsonaro na qual o presidente cita a visita que fez a um agrupamento indígena e diz que, na cultura dos integrantes daquele povoado, quando um indígena morre, o corpo é cozinhado e, depois, ingerido por todos os que presenciam o ritual. Na entrevista, Bolsonaro comenta que estava disposto a se submeter à cultura indígena e a comer o corpo, mas destaca que não o fez porque ninguém de sua comitiva concordou em participar.
A campanha do PT, no entanto, usou apenas algumas falas de Bolsonaro na propaganda, entre elas "eu comeria um índio sem problema nenhum". De acordo com Sanseverino, a campanha de Lula retirou a fala de contexto para "incutir a ideia de que o candidato representante (Bolsonaro) admite, em qualquer contexto, a possibilidade de consumir carne humana".
No caso do pedido da campanha de Lula, o material publicitário traz a seguinte fala descontextualizada de Lula: "Eu não posso ver mais jovens, de 14 e 15 anos, assaltando e sendo violentado, assassinado pela polícia, às vezes inocente ou às vezes porque roubou um celular." Na ocasião do discurso, Lula acrescentou que o combate à pobreza faria a violência cair.