Eleições

Campanha eleitoral tem dificuldade de ocupar bairros de Porto Alegre

Enquanto região central está apinhada de materiais, áreas mais afastadas das grandes avenidas tem menor quantidade

Windbanners marcam presença nas principais avenidas de Porto Alegre
Windbanners marcam presença nas principais avenidas de Porto Alegre Foto : Mauro Schaefer

*Por Flávia Simões e Diego Nuñez

Era de se esperar que os candidatos proporcionais e majoritários saíssem às ruas após fortes chuvas causarem transtornos e dificuldade na cidade. Afinal, este fim de semana marcou a última curva antes da reta final da última semana de campanha. Enquanto a região central da Capital está apinhada de windbanners (as bandeirolas), a campanha eleitoral encontra dificuldade de penetrar nos bairros.

O Correio do Povo percorreu 22 bairros a poucos dias do primeiro turno das eleições. Quanto mais se avança no sentido centro-bairro, de Sul a Norte, menos campanha eleitoral pode ser observada. Há localidades que parecem não estar situadas em uma capital de Estado durante eleição municipal.

Quanto mais se afasta da região central, mais a campanha eleitoral toma outro tom. Se quem anda pelo Centro Histórico precisa desviar dos panfletos e windbanners, nos bairros da Zona Sul é preciso se aproximar das avenidas e rótulas para encontrar algum material de campanha, que, em sua grande maioria, era da disputa para vereança.

Ao longo da tarde de sexta-feira, antes do último final de semana antes do primeiro turno, a reportagem rodou por algumas ruas dos bairros Azenha, Medianeira, Cruzeiro, Cristal, Cavalhada, Camaquã, Ipanema, Hípica, Restinga e Lomba do Pinheiro, na Zona Leste. Na Zona Norte, percorreu os bairros Navegantes, Humaitá, Vila Farrapos, Sarandi, Jardim Leopoldina, Rubem Berta, Mário Quintana, Alto Petrópolis, Jardim Itu, Três Figueiras e Petrópolis.

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A campanha na Zona Sul

Em um rápido trajeto pelas ruas internas dos bairros, foram pouquíssimas as casas que estavam devidamente “trajadas” com seus cartazes e bandeiras indicando seus candidatos. Em compensação, durante toda a extensão da avenida Tronco, que corta a Cruzeiro, os windbanners tomam os canteiros. No percurso até o extremo Sul da Capital, destaque para o material de Juliana Brizola (PDT), que chamou a atenção pela quantidade. Os materiais de Maria do Rosário (PT) também estiveram presentes, especialmente na Restinga, onde contava até com um gazebo em uma rótula central.

Em compensação, era visível uma quantidade menor de windbanners da campanha de Sebastião Melo (MDB). Entre os bairros citados pela reportagem, Ipanema foi o que concentrou a maior quantidade de material de candidatos da coligação de Melo, com pouca incidência dos candidatos de esquerda. Enquanto isso, não foi encontrado material do candidato Felipe Camozzato percurso. Nos quase 100km rodados pela reportagem pela região ao longo de toda sexta-feira, o único material do partido era de um vereador.

Em conversas com moradores, a percepção é de que a campanha “que chegou” aos bairros é por uma das 35 vagas da Câmara de Vereadores, com material de campanha, presença in loco e bandeiraços.

A campanha na Zona Norte

O roteiro em direção à Zona Norte iniciou através da avenida Voluntários da Pátria. Desde a rodoviária, localizada no centro, até o cruzamento com a avenida Sertório, não há referências à eleição. Uma região tão impactada socialmente parece ter sido esquecida durante a eleição. Ainda que candidatos tenham visitado a Vila dos Papeleiros, a política partidária não permaneceu após as agendas.

Na avenida A.J. Renner, que leva aos bairros Humaitá e Vila Farrapos, windbanners começaram a aparecer discretamente, com destaque a um e outro candidato a vereador, bem como algumas bandeiras de candidatos majoritários. Os dois bairros não só foram atingidos pelas enchentes de maio como ficaram dias a fio debaixo d’água.

O bairro Sarandi foi um dos mais visitados por candidatos à prefeitura, segundo as suas próprias agendas, mas com poucos resquícios visivelmente. À beira do dique, que extravasou nas cheias de maio, apenas cartazes de dois candidatos a vereador.

Os windbanners, principal material gráfico da campanha deste ano, se concentram nas grandes avenidas, assim como ocorreu na zona Sul. Do Sarandi ao Jardim Leopoldina, dele ao Rubem Berta e depois ao Mario Quintana, muitas bandeirolas. Dentro dos bairros, praticamente nenhuma. Visivelmente, o material de Rosário e Juliana se destacava pela quantidade. Com menos recursos à disposição, material da campanha de Felipe Camozzato apareceu algumas vezes. Assim como o de Sebastião Melo (MDB), em pouca quantidade também.