Candidata à presidência pelo PCB lança plano de governo e defende redução de jornada de trabalho

Candidata à presidência pelo PCB lança plano de governo e defende redução de jornada de trabalho

Sofia Manzano defendeu bandeiras do partido durante visita ao Rio Grande do Sul

Mauren Xavier*

Sofia Manzano é candidata do PCB à presidência da República

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Em passagem por Porto Alegre para lançamento do plano de governo do PCB para o Estado, partido que tem Carlos Messalla como candidato ao Piratini, a presidenciável Sofia Manzano defendeu que o caminho para retomada do crescimento econômico é a redução da jornada de trabalho sem redução salarial. Segundo ela, a mudança aumentaria em 50% as vagas de emprego formais e resultaria em mais dinheiro circulando. “Isso representa muito mais gente com renda e, portanto, aumenta a renda disponível para alavancar o próprio consumo", defendeu Sofia, em entrevista ao Correio do Povo.

Uma das principais bandeiras de campanha do PCB, a redução da jornada de trabalho, segundo a candidata, torna possível não só aumentar a circulação de capital através do consumo - porque assim as pessoas teriam mais tempo para gastar aquilo que produzem no trabalho - como também melhorar a saúde física e mental do trabalhador.

Sofia ainda reforçou a necessidade de "desmistificar a ideologia do empreendedorismo". Segundo ela, hoje em dia há uma apropriação do termo de forma indevida que prejudicaria aqueles menos beneficiados. "São trabalhadores precarizados que estão se virando para não morrerem de fome", simplificou. Para a candidata, a forma de  beneficiar os pequenos negócios mesmo com a jornada de trabalho reduzida seria através de uma reforma tributária, que reduziria a carga de impostos para os pequenos comércios, aliada a subsídios do governo. 

Excesso de candidatos não é um problema 

Apesar da disputa à presidência contar com cinco candidatos mais à esquerda, para Sofia, a pluralidade de ideias não é prejudicial e, sim, benéfica. Ela defende que candidaturas com ideologias próximas a do PCB, como UP e PSTU, ajudam a "alcançar o máximo de pessoas possíveis" e, com isso, difundir as ideias de melhoria à classe trabalhadora. "Hoje o debate majoritário fica muito em cima de nomes, o nosso esforço é que os programas sejam debatidos", afirmou. 

Apesar de militar no partido há mais de uma década, esta é a segunda eleição em que Sofia se envolve diretamente. Em 2014, ela foi candidata a vice na chapa de Mauro Iasi. Natural de São Paulo, ela tem 51 anos, é casada e mãe. Sofia é professora universitária de economia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), com mestrado em desenvolvimento econômico pela Unicamp e doutorado em história econômica pela USP. 

Na quarta-feira, o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, também estará no Estado. Ele vai participar do ato em homenagem aos 68 anos da morte do presidente Getúlio Vargas. 

*Colaborou Flávia Simões


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895