Candidatos de Porto Alegre arrecadaram quase R$ 9,4 milhões

Candidatos de Porto Alegre arrecadaram quase R$ 9,4 milhões

Manuela, Juliana e Marchezan lideram ranking na Capital. Mesmo dados parciais, arrecadação é mais de 20% superior a de 2016

Henrique Massaro

Pesquisa adianta o cenário eleitoral para a disputa da Prefeitura de Porto Alegre

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Os candidatos à prefeitura de Porto Alegre, juntos, arrecadaram quase R$ 9,4 milhões. De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até as 18h de ontem, último dia para declaração parcial de valores, Manuela D'Ávila (PCdoB) é a candidata que mais recebeu recursos. A sua receita era de mais de R$ 2,7 milhões, superando em mais de R$ 1 milhão a segunda candidatura com mais doações, a de Juliana Brizola (PDT), com R$ 1,6 milhão. No entanto, os valores arrecadados por ela representam pouco mais de 40% do limite de gastos para o primeiro turno. 

Apesar de estar bem abaixo dos mais de R$ 6,6 milhões que os candidatos podem gastar na primeira etapa da disputa, os valores mostram que a tese de que o pleito deste ano seria mais barato não se confirmou. Por exemplo, em 2016, as nove candidaturas juntas e contabilizando ainda o segundo turno somaram em arrecadação R$ 7,7 milhões. Neste ano, as receitas cresceram mais de 20% na comparação com o pleito municipal anterior.

Dos valores recebidos por Manuela D'Ávila, a maioria vem da direção nacional do PCdoB: R$ 2,5 milhões, o que equivale a 92,05%. O PT, da coligação, repassou R$ 107.428, ou 3,96%. Os 4% restantes da receita da candidata são referentes a doações de pessoas físicas. Ao todo, 28 pessoas realizaram transferências para a campanha, chegando à soma de R$ 108,5 mil Entre os doadores, estão o ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont, os ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro e o músico Chico Buarque. 

A receita de Juliana Brizola até aqui vem toda de doações partidárias. A candidata recebeu R$ 1,5 milhão da Direção Nacional do PDT e R$ 100 mil do PSB, partido da sua vice. 

Em terceiro lugar está Nelson Marchezan Júnior (PSDB), que recebeu R$ 1.395.500. Entre as doações, 83,3% são da Direção Nacional do PSDB, que repassou mais de R$ 1,16 milhão. Nas receitas de pessoas físicas, no entanto, Marchezan supera Manuela e é o que mais recebeu esse tipo de doação, que representa 16,7% da sua receita, segundo as declarações parciais de contas. Ele recebeu R$ 150 mil de transferências de Pedro e Carlos Jereissati, e R$ 70 mil do empresário José Isaac Peres. Ainda há doações, por exemplo, do diretor-geral do Departamento Municipal de Habitação, Mário Marchesan. 

Seis arrecadaram menos de R$ 1 milhão

A candidata do PSol, Fernanda Melchionna, arrecadou até o momento pouco mais de R$ 1 milhão. Do valor, 99,9% vêm de doação de partidos e 0,1% de doação de pessoa física. Entre os 12 candidatos que disputam a prefeitura, seis arrecadaram menos de R$ 1 milhão e um ainda não prestou contas.

Sebastião Melo (MDB) é o quinto a ter a maior receita. Com pouco mais de R$ 879 mil, o deputado estadual tem 92,5% dos seus valores de campanha oriundos das direções nacional e estadual do partido. Ainda conta com pouco mais de R$ 66 mil de doações de pessoas físicas. A maior delas é de R$ 40 mil, feita por José Isaac Peres, mesmo empresário que doou para Marchezan. Ainda há doações do ex-senador Pedro Simon, do deputado estadual Tiago Simon e do ex-secretário da Agricultura, Odacir Klein. 

Na parte de baixo da lista, José Fortunati (PTB) conta com uma receita de R$ 121,2 mil. O ex-prefeito da Capital recebeu R$ 105 mil (86,3%) do partido e o restante em três doações de pessoas físicas. Já Júlio Flores (PSTU) é o candidato com a menor receita. Ele recebeu R$ 4,9 mil que foram repassados pelo partido.

O candidato do PV à prefeitura de Porto Alegre, Montserrat Martins, não constava nenhuma declaração parcial. Segundo o presidente do PV, Marcio Souza, os dados já foram enviados à Justiça Eleitoral, mas ainda não estão disponíveis no sistema. Luiz Delvair está com o registro indeferido por isso não consta no levantamento. 

Gastos declarados ainda são pequenos

Nelson Marchezan Júnior (PSDB) é o candidato à prefeitura de Porto Alegre que mais teve despesas declaradas de campanha, de acordo com dados do TSE atualizados às 18h de ontem, último dia para a prestação de contas parcial. O atual prefeito gastou mais de R$ 857 mil, o equivalente a cerca de 61,4% dos seus recursos arrecadados. Das despesas do tucano, 72% foram para produção de programas de rádio, televisão ou vídeo.

Depois de Marchezan, o candidato com as maiores despesas é Sebastião Melo (MDB), que gastou pouco mais de R$ 685 mil, o referente a quase 78% da sua receita. As maiores despesas do emedebista foram descritas como serviços prestados por terceiros e produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, que, juntas, chegaram a mais de R$ 534 mil.

Manuela D'Ávila (PCdoB), apesar de ser a candidata com a maior receita declarou gasto de R$ 9 mil. Os candidatos Júlio Flores, Juliana Brizola e Montesserat não tinham declarações de gastos. O sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem até amanhã para atualizar os dados repassados pelos candidatos na sua página. 

 

 


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