Disputa eleitoral em Porto Alegre tem oito candidatos

Disputa eleitoral em Porto Alegre tem oito candidatos

Prazo de registro de candidaturas termina na próxima segunda-feira

Flávia Bemfica

Disputa eleitoral em Porto Alegre tem oito candidatos

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Com o fim das convenções partidárias, Porto Alegre tem definidos os candidatos à sucessão do prefeito José Fortunati (PDT). Oito nomes devem disputar a prefeitura nas eleições de outubro. O prazo de registro das candidaturas termina na próxima segunda-feira, dia 15, e a campanha começa oficialmente no dia 16. Confira abaixo quem são os concorrentes, quais suas coligações e as articulações iniciais.

Sebastião Melo (PMDB): o vice-prefeito licenciado tem a deputada estadual Juliana Brizola (PDT) como companheira de chapa e uma coligação de 14 siglas (PMDB, PDT, PSB, PSD, Dem, PPS, Rede, PRB, PTN, PSDC, PRTB, PEN, Pros e PHS). Possui o maior tempo de TV, o conhecimento recente da administração e a estrutura de grandes partidos. Mas enfrentará a crítica aos problemas da cidade e o desgaste de ser do mesmo partido de Michel Temer e de José Ivo Sartori. Os adversários devem bater no tamanho da coligação, sob o argumento de que ela impedirá a governabilidade. Na largada, Melo já enfrentou dissabores. O PDT fez várias exigências e uma confusão na escolha do vice. Agora, a parte derrotada da sigla ameaça ‘não dar o sangue’ pela majoritária.

• Raul Pont (PT):

O ex-deputado e ex-prefeito concorre em aliança com o PCdoB, que indicou a vice, Silvana Conti. Pont destaca as ações das administrações petistas, já começou a apresentar propostas. Ele tende a concentrar bom índice de votos entre servidores públicos, tanto municipais como estaduais. Mas entra na eleição em um momento no qual o PT segue abatido pelas investigações da Lava Jato. O ex-deputado diz não temer o debate. Lista que a Lava Jato prendeu mais de 120 pessoas e, entre elas, “cinco ou seis do PT”, e lembra as investigações sobre Eduardo Cunha, Aécio Neves, PMDB e PP.

• Nelson Marchezan Jr. (PSDB):

O deputado federal entra na corrida junto com PP, PMB, PTC e PV. Graças à aliança com o PP, que indicou o vice, Gustavo Paim, deve ter o segundo maior tempo na TV, se apresentará como “o novo” e tentará concentrar o voto dos que foram às ruas pelo fim da corrupção e o impeachment. Adversários adiantam que o papel de “franco-atirador” será rebatido com o fato de as delações da Lava Jato enredarem o ministro José Serra e o senador Aécio Neves, além do aliado PP, campeão de políticos investigados na operação. Marchezan será apontado como o candidato da “nova direita” e enfrentará o “fogo amigo” das disputas do PSDB gaúcho.

• Maurício Dziedricki (PTB):

O PTB apresenta candidato na Capital após um jejum de 20 anos. A coligação tem também Solidariedade, PTdoB, PRP, PSC e PR, que indicou o vice, o coronel Arlindo Bonete. O deputado estadual Dziedricki também se apresentará como novidade, a aliança garantiu tempo considerável de propaganda na TV, e o discurso do deputado se voltará para as camadas C, D e E, além de integrantes de corporações. De olho no segundo turno, PMDB e PT tendem a não fazer críticas contundentes ao deputado.

• Luciana Genro (PSol):

A ex-deputada tem aliança com PCB e PPL, mas chapa pura: o vice é o deputado estadual Pedro Ruas. Ela faz um discurso de combate à corrupção e por novas eleições, conta com o voto feminino e o do público LGBT, com inserção entre jovens, intelectuais e artistas e aproveita a exposição da campanha de 2014. Mas o PSol tem tempo de TV quase inexistente e corre o risco de ficar de fora dos debates. Os adversários dirão que Luciana é a candidata dos “descolados” mas que a grande parte de suas propostas é uma utopia.

Mais três candidatos tiveram seus nomes homologados pelas respectivas convenções partidárias e devem disputar a prefeitura de Porto Alegre, sem coligações. São eles João Carlos Rodrigues (PMN), Fábio Ostermann (PSL)  e Júlio Flores (PSTU). O PMN, o PSL e o PSTU não possuem representação na Câmara dos Deputados.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895