Eleições 2022: cenário eleitoral no RS segue com vagas abertas

Eleições 2022: cenário eleitoral no RS segue com vagas abertas

Após as principais convenções partidárias, articulações seguem e podem trazer mudanças na corrida pelo governo do Estado

Felipe Nabinger

Até o momento, corrida ao Palácio Piratini tem 11 candidatos e pré-candidatos

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Após a realização das principais convenções estaduais, poucas peças restam para finalizar o quebra-cabeças para a formação das chapas majoritárias, aquelas compostas pelo candidato ao governo, seu vice, e o postulante ao Senado. Das dez candidaturas ou pré-candidaturas apresentadas, sete têm a trinca de nomes definidos. Mesmo assim, alguns impasses seguem. Entre elas, a chapa do ex-governador Eduardo Leite (PSDB) que, após uma votação interna que provocou a pulverização do MDB, tem Gabriel Souza escolhido como seu vice, que foi referendado pelo partido ontem, e Ana Amélia Lemos (PSD), candidata ao Senado. 

No entanto, há pendências referentes a dois partidos que ficaram de fora das indicações da chapa: Podemos e União Brasil. A situação de Lasier Martins (Podemos) ainda é indefinida. Lançado também como candidato ao Senado, há conversas para que dispute algum dos cargos das eleições proporcionais. 
Outra questão a ser resolvida é quanto ao apoio do União Brasil. Anunciado como certo, após a aliança com os emedebistas e a perda da prioridade na indicação do vice, há um estremecimento na relação. Os tucanos, federados com o Cidadania, seguem tentando “apagar o incêndio” para confirmar a aliança acerca de Leite, que contaria com seis siglas. Uma reunião foi realizada no final da tarde de ontem, mas a questão ainda deverá ser debatida com a executiva nacional do União Brasil. 

No campo mais à esquerda, pulverização reduziu

No campo mais à esquerda, houve redução na pulverização de candidaturas. A entrada de Olívio Dutra (PT) na disputa ao Senado é apontada como crucial para a inédita aliança entre os petistas e o PSol no RS. Capitaneando duas federações, as legendas entraram em acordo no final da semana passada e confirmaram a fusão de suas chapas, com Edegar Pretto (PT) na corrida pelo Piratini, o ex-pré-candidato ao cargo Pedro Ruas (PSol) na vice e seu correligionário Roberto Robaina com primeiro suplente de Olívio, que promete um mandato coletivo. A segunda suplência deverá ser de uma mulher negra, conforme decisão da convenção. A ideia é que a indicação viesse do PCdoB. No entanto, o partido reivindica a primeira suplência, que havia sido prometida, negando-se a compor na segunda. Além desses partidos, o PV integra a federação com PT e PCdoB e a Rede está federada com o PSol, totalizando cinco partidos.

O PSB optou por não se somar à frente. Mesmo com Beto Albuquerque abrindo mão da candidatura aprovada em convenção, os socialistas oficializam hoje uma chapa pura alternativa, com o ex-vice-governador Vicente Bogo concorrendo ao Piratini, com Josiane Paz como vice, e o vereador de Porto Alegre Airto Ferronato disputando ao Senado. A ideia do partido é firmar posição e fortalecer as candidaturas para deputado estadual e federal. 

Ainda neste campo, outras duas chapas foram homologadas nas convenções: PSol e PCB. A do PSTU será integralmente composta por mulheres, todas do próprio partido, sendo encabeçada por Rejane de Oliveira, Vera Rosane na vice, e Fabiana Sanguiné como nome ao Senado. O PCB lançou Carlos Messala ao governo, Edson Canabarro a vice e optou por não ter candidato ao Senado.

No campo mais à direita, a primeira chapa a ser anunciada foi homologada. O senador Luis Carlos Heinze (PP) concorrerá ao Piratini, com a vereadora de Porto Alegre Tanise Sabino (PTB) como candidata a vice e a também vereadora Comandante Nádia (PP) na corrida pelo Senado. Além dos dois partidos, o PRTB confirmou apoio às candidaturas, após participação de lideranças na convenção dos progressistas. 

Já os liberais do Novo terão como postulante ao governo Ricardo Jobim, com a vice cabendo a Rafael Dresch. A exemplo de outros pleitos, a sigla não terá candidato ao Senado, focando nas eleições proporcionais, buscando ampliar bancadas na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa. 

Definições deverão ocorrer até sexta-feira

As definições do cenário eleitoral deverão ser definidas até sexta-feira, último dia das convenções. A chapa de Onyx Lorenzoni (PL), que tem a presença do vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) como candidato ao Senado, segue com a vaga de vice aberta. Onyx afirmou recentemente que a candidatura, que tem apoio também do Pros e do Patriota, deixaria a escolha para o limite legal, para manter as negociações com outras siglas. A vaga chegou a ser oferecida ao MDB, que acabou fechando com o PSDB. No entanto, esse movimento pode ter aberto flanco para que o União Brasil voltasse a ser cogitado. 

O passe do partido, que resultou da fusão do Dem e do PSL, caso os tucanos percam o seu apoio, é disputado por outras chapas. Entre elas, a de Vieira da Cunha (PDT), que voltou a conversar com o União depois de tentar sem sucesso alianças com PSB, MDB e PSD. Os postos de vice e ao Senado não têm ocupantes até o momento. Na convenção, o partido havia antecipado que seguiria diálogos, mas caso não obtivesse apoios, formaria chapa pura recorrendo aos quadros da legenda. Ainda sem definição de aliança à majoritária, o Avante reuniu-se ontem com a executiva do PDT, para tratar de possível apoio a Vieira da Cunha. De acordo com Anderson Dorneles, membro do Avante, o desfecho deve sair nesta semana. A sigla fez sua convenção no final de semana.

Outra chapa incompleta é a de Roberto Argenta (PSC). O empresário e ex-deputado federal terá Nívea Rosa (Solidariedade), psicóloga e professora universitária em Caxias do Sul, como vice. A vaga ao Senado segue aberta. O Agir, que havia sido anunciado como possível aliado deverá apresentar o nome de Hermes Rochenback para a vaga, mas a aliança ainda será deliberada na convenção, marcada para sexta-feira, em Pelotas. 

Uma 11ª candidatura pode ser confirmada para a disputa ao governo. O DC lançou o Coronel Estivalete como pré-candidato, mas não é certo que ele manterá a intenção de concorrer. A convenção do partido ocorre também na sexta-feira, último dia possível para a realização de convenções. A sigla terá candidato ao Senado, devendo confirmar o nome de Paulo Rosa na oportunidade. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895