Eleições 2024: Novo lança pré-candidatura de Felipe Camozzato à prefeitura de Porto Alegre

Eleições 2024: Novo lança pré-candidatura de Felipe Camozzato à prefeitura de Porto Alegre

Em discurso, deputado estadual se apresentou como uma alternativa à direita

Flávia Simões

Lançamento da pré-candidatura de Camozzato foi estrategicamente no início da janela partidária. Objetivo é estimular candidaturas ao Legislativo

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Pela primeira vez em Porto Alegre, o Novo lançou um pré-candidato para a prefeitura: o deputado estadual Felipe Camozzato. O parlamentar pretende se apresentar como uma alternativa às candidaturas já postas, como a deputada federal Maria do Rosário, pelo PT; e do atual prefeito, Sebastião Melo, pelo MDB. Camozzato acredita que uma candidatura a majoritária pelo Novo deve servir com vitrine dos ideias do partido e impulsionar as candidaturas à Câmara de Porto Alegre, um dos focos - se não o principal - do partido. A expectativa é aumentar a bancada, hoje com dois vereadores.

No objetivo de se apresentar como uma candidatura à direita diferente da atual gestão, especialmente porque o atual vice-prefeito, Ricardo Gomes (PL) já tem e defende uma pauta mais liberal, assim como o Novo, o deputado destaca o posicionamento "claro" do partido e uma "diferença na abordagem".

"Nós não temos nenhum receio de falar sobre o nosso desejo de privatizar, de fazer concessões e de avançar numa agenda de desenvolvimento econômico com atração de investimentos. Mas, muitas vezes, a gente nota que a própria prefeitura tem dificuldades em falar sobre isso ou mesmo de votar esses projeto" elencou, citando ainda a privatização do Dmae, uma promessa do prefeito Melo que acabou não vingando por falta de apoio político. Nesse sentido, o deputado aproveitou para reafirmar que Gomes é vice, e ele, se eleito, será prefeito, logo, seu 'poder' de atuação é ampliado.

Em evento, nesta quinta-feira, o deputado também destacou gargalos prioritários e que não foram feitos ou deixaram a desejar na atual gestão, como questões envolvendo a saúde e a educação. A exemplo das extensas filas para vagas em creches, hoje deficitárias no município, com mais de 5 mil crianças esperando. Camozzato citou um projeto implementado pelo ex-prefeito Nelson Marchezan (PSDB), na saúde, que foi descontinuado atualmente, de PPPs (Parceria Público Privada) e concessões, que, em sua percepção, modernizou os contratos ampliando os atendimentos e reduzindo as filas.

Durante o anúncio da sua pré-candidatura, em almoço com demais pré-candidatos ao Legislativo e diretorias da sigla, não faltaram 'alfinetadas' para a oposição, em especial à esquerda. Segundo Camozzato, a sua candidatura será, além de tudo, uma oposição ao discurso defendido por Maria do Rosário. "Se hoje Porto Alegre figura mal nos índices de educação tem como consequência o tempo que o PT ficou no poder", afirmou.

Financiamento de campanha e colisão com demais siglas

Camozzato e demais dirigentes do partido ainda não 'bateram o martelo' quando a utilização de recursos públicos na campanha. Historicamente, o Novo surgiu com uma política de não utilizar os fundos eleitoral e partidário nas campanhas, mas, recentemente, o diretório nacional revogou a decisão e definiu, para fins de de manutenção da sigla, usufruir do fundo partidário. Agora, considerando que uma candidatura à majoritária requer mais empenho financeiro.

Outra mudança neste pleito, ao menos de forma mais explícita, será abertura do diálogo para coligação com demais partidos. A 'exigência' do Novo é de que as siglas tenham o mesmo alinhamento sobre questões fundamentais.

Atualmente na Assembleia Legislativa, Camozzato foi o primeiro vereador eleito pelo Novo, em 2016, sendo reeleito em 2020 e, depois, em 2022, foi eleito deputado estadual.


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