Em carta aberta, Lula promete "política fiscal responsável"

Em carta aberta, Lula promete "política fiscal responsável"

Documento, chamado de "Carta para o Brasil de Amanhã", tem 13 pontos e fala em combinar "política fiscal responsável" com "responsabilidade social e desenvolvimento sustentável"

AE

Ex-presidente Lula

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Em carta aberta divulgada nesta quinta-feira, a três dias do segundo turno da eleição presidencial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT, se compromete a combinar "política fiscal responsável" com "responsabilidade social e desenvolvimento sustentável". O documento, chamado de "Carta para o Brasil de Amanhã", tem 13 pontos e também fala em seguir "regras claras e realistas" na política fiscal.

"A política fiscal responsável deve seguir regras claras e realistas, com compromissos plurianuais, compatíveis com o enfrentamento da emergência social que vivemos e com a necessidade de reativar o investimento público e privado para arrancar o País da estagnação", diz a o texto. "O sistema tributário não deve colocar o investimento, a produção e a exportação industrial em situação desfavorável, nem deve penalizar trabalhadores, consumidores e camadas de mais baixa renda. É possível combinar responsabilidade fiscal, responsabilidade social e desenvolvimento sustentável - e é isso que vamos fazer."

Os temas da carta já foram apresentados por Lula em outros momentos da campanha. O texto, porém, organiza as informações e as apresenta por escrito, em forma de compromisso. Lula foi cobrado, durante a campanha, por não divulgar, por exemplo, qual âncora fiscal pretende colocar no lugar do teto de gastos - que já anunciou que pretende revogar. Apesar de prometer compromisso com a responsabilidade fiscal, Lula não indica qual instrumento deve usar para conter os gastos públicos.

Houve divisão interna sobre a necessidade de divulgar o documento. Aliados passaram a campanha dizendo que não seria necessário algo como a "carta aos brasileiros" de 2002, na qual Lula fez um aceno ao mercado financeiro. O argumento era de que o petista tem seus dois mandatos como garantia de compromisso com a responsabilidade fiscal. Aliados como Simone Tebet (MDB), entretanto, se mostraram favoráveis à ideia de detalhar diretrizes de governo.


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