Em nota, PSDB critica "uso partidário" da Polícia Federal

Em nota, PSDB critica "uso partidário" da Polícia Federal

Senador Sérgio Guerra se pronunciou sobre vazamento de dados de tucanos ligados a Serra

Correio do Povo

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O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, emitiu um comunicado nesta quinta-feira na qual critica o “uso político e partidário das instituições do Estado” e a manipulação de documentos sob responsabilidade do poder público. Na nota, Guerra critica o anúncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a Polícia Federal (PF) se pronunciaria a respeito da investigação do vazamento de dados de tucanos ligados ao candidato José Serra.

Segundo a PF, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. teria encomendado a quebra dos sigilos fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, da filha de José Serra, Verônica, do genro dele, Alexandre Bourgeois, e de outros tucanos entre setembro e outubro de 2009

O comando da campanha de Dilma Rousseff (PT), no entanto, responsabiliza o senador eleito Aécio Neves (PSDB) pela quebra de sigilo fiscal de parentes e amigos de Serra. Na avaliação dos petistas, o episódio é mais um capítulo da "guerra entre tucanos" travada para a definição do concorrente do PSDB ao Planalto, no ano passado.

“Se o assunto é tão relevante a ponto de merecer a participação direta do presidente da República, por que a Polícia Federal não divulgou a íntegra dos depoimentos?”, questiona o comunicado. “A resposta é simples. A leitura dos depoimentos joga por terra toda a farsa montada pelo PT para esconder as vergonhosas e inaceitáveis ações que ocorreram verdadeiramente dentro do comitê da campanha da candidata Dilma”, completa.

Ainda segundo o comunicado, nas últimas 24 horas o presidente Lula e a candidata Dilma “usaram de todos os meios para dizer aos brasileiros” que o vazamento de dados teria ocorrido em função de uma disputa interna no PSDB. Segundo Guerra, no entanto, o depoimento de Ribeiro revelaria exatamente o contrário: “os nomes estão declarados pelo jornalista e não são de tucanos, e sim do PT”, afirma.

Segundo o comunicado, o comitê de Dilma teria analisado propostas financeiras feitas para contratação de serviços de espionagem contra integrantes do próprio PT e contra membros do PSDB. Ainda de acordo com Guerra, haveria uma disputa interna por poder entre dirigentes do PT no comitê da candidata em Brasília e Ribeiro teria atribuído em seu depoimento à PF a Rui Falcão, do PT, o vazamento dos dados fiscais obtidos por ele.

A nota cita ainda documentos do Diário de Minas, onde o jornalista trabalhava, que informariam que ele estaria de férias no momento da suposta compra de dados, período na qual seus custos teriam sido pagos por terceiros. “Quem pagava as despesas de Amaury? Por que ele sempre passava por Brasília antes de seguir para São Paulo, conforme demonstra a investigação?”, questiona a nota. O texto finaliza dizendo que todos, incluindo o PSDB, “esperam os esclarecimentos que se fazem necessários e urgentes ao País”.

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