Lula embarca para COP27 de carona com empresário preso na Lava Jato; veja quem é

Lula embarca para COP27 de carona com empresário preso na Lava Jato; veja quem é

José Seripieri Filho, fundador e ex-presidente da Qualicorp, levou o presidente eleito ao Egito para a conferência sobre o clima

R7

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O presidente eleito da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), viajou para o Egito nesta segunda-feira (14) para participar da 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP27) ao lado do empresário José Seripieri Junior, fundador e ex-presidente da administradora de planos de saúde Qualicorp, preso em julho de 2020 em um desdobramento da Operação Lava Jato.

Lula embarcou em um jatinho que pertence ao empresário. A informação foi confirmada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), em entrevista à imprensa. "A informação que tenho é que náo é emprestado, é que o proprietário está indo junto para a COP, não tem empréstimo, estão indo juntos no mesmo avião. Estão indo mais pessoas, ex-governador, lideranças políticas, ambientais, estão todos juntos", afirmou.

Naquele ano, Seripieri foi detido após suspeitas de ele ter fraudado contratos para dissimular repasses à campanha de José Serra (PSDB-SP) ao Senado Federal, em 2014. A Polícia Federal constatou indícios de recebimento pelo parlamentar de doações eleitorais não contabilizadas que chegaram a R$ 5 milhões. Os valores seriam repassados por meio de operações financeiras e societárias simuladas para ocultar a origem ilícita do dinheiro.

O empresário foi acusado de ter montado uma estrutura financeira e societária para ocultar da Justiça Eleitoral a transferência do dinheiro. A Polícia Federal apontou indícios de que Seripieri teria fraudado processos de aquisição de licença de software e de contratação de serviços gráficos.

Prisão

Seripieri ficou apenas três dias preso. Em novembro de 2020, ele fechou um acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República), que foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em dezembro do mesmo ano.

À época, o empresário reclamou da operação contra ele. “Ao apurarem uma doação eleitoral, os denunciantes conseguiram transmutar essa ação em crime típico de funcionário público, mas atribuído a uma pessoa de atividade privada, o que é vedado pela lei.”

Na reta final do primeiro turno das eleições deste ano, Seripieri realizou uma doação no valor de R$ 660 mil à campanha de Lula. Apenas em 2022, as doações do empresário no pleito foram de pelo menos R$ 1,3 milhão.


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