Manuela acredita na união das esquerdas e se mostra confiante para reverter votos

Manuela acredita na união das esquerdas e se mostra confiante para reverter votos

Candidata do PCdoB garante que vai buscar pacto democrático com todas as pessoas que fizeram uma escolha diferente no último domingo

Correio do Povo

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Para se eleger prefeita em Porto Alegre, a candidata do PCdoB, Manuela D'Ávila, terá a missão de reverter no segundo turno a diferança de 2,01% que a separa de Sebastião Melo, representante do MDB que terminou a primeira etapa como o mais votado. A aposta principal é uma união das esquerdas por apresentam "propostas delas que guardam similaridades" com a de seu partido. Contudo, a ex-vereadora e ex-deputada se mostra confiante também na reversão de votos de outra parcela do eleitorado da Capital, como o PSDB de Nelson Marchezan Jr., que acumulou 136.063 votos.

"Eu ouvi com atenção o prefeito dizer que não se sentia à vontade para apoiar nenhuma candidatura. Agora, os partidos têm os seus caciques, mas os eleitores fazem suas escolhas. Com esses eleitores também quero conversar sobre o que podemos fazer juntos pela cidade", afirmou em entrevista ao programa Bom Dia, da Rádio Guaíba. "Quero fazer um pacto democrático com essas pessoas. Entendo que terão que fazer uma nova escolha e torço para que encontrem no nosso programa a expectativa, a esperança de renovar a política da nossa cidade. Tenho bastante convicção de que seremos nós", completou.

Para o segundo turno, Manuela pediu a Melo para que façam um embate de ideias, evitando ataques pessoais. "Esse é um pacto que nós, que vivemos as eleições de 2016 e a de agora, e que vimos que mais de 45% da cidade, juntando abstenções, brancos e nulos, não quiseram escolher nenhuma da alternativa, temos que fazer. Precisamos elevar o nível do debate", afirmou a representante da esquerda, que rebateu críticas do adversário de que não teria experiência para o cargo, uma vez que nunca teve posição executiva na administração pública.

"Eu não acho que a eleição é prova de currículo, mas eu sou jornalista, mestre em políticas públicas, fui vereadora, deputada federal por duas vezes. Poderia dizer que conheço Brasília", disse. Indicou ainda que buscará uma internacionalização, "seja pelos fundos internacionais, para conseguir empréstimos e recursos, seja para buscarmos visibilidade".

"Tem certas experiências que felizmente não tenho. Felizmente, não defendi algo na eleição de 2016/2018 e mudei em 2020. Não defendi a manutenção da Carris pública pra mudar de opinião quatro anos depois, não governei com o Marchezan até ontem para agora me apresentar como sua melhor alternativa", criticou.

Candidatos negros e de esquerda na Câmara:

Manuela afirmou que amanheceu "muito emocionada" com a composição da Câmara de Vereadores, que teve a eleição cinco jovens negros e de esquerda. "É uma comemoração não só dos negros e negras, mas de todos nós que somos antirracistas. É a primeira vez que a Câmara terá uma bancada negra. Isso é uma grande conquista. Todos com votações extraordinárias, com campanhas que foram muito potentes. São pessoas de comunidades muito relevante, é uma transformação. Isso é um sinal que a população nos dá, assim como a alta abstenção, que está cansada de certas experiências", comentou.


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