Novas regras ajudam a definir segundo turno entre Melo e Manuela

Novas regras ajudam a definir segundo turno entre Melo e Manuela

Formação de grandes blocos em Porto Alegre foi impedida por candidaturas próprias e velhas fraturas

Flavia Bemfica

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Nas articulações de 2020 para a prefeitura de Porto Alegre, velhas fraturas e o entendimento de que um candidato próprio à prefeitura era fundamental para a performance na Câmara, onde as coligações passaram a ser proibidas, impediram a formação de grandes blocos em Porto Alegre. Na centro-esquerda, ao invés de uma frente, três candidaturas principais: PCdoB, PSol e PDT. E três – PV, PSTU e PCO – marcando posição. Na centro-direita, candidaturas de MDB, PSDB, PP, PTB, PSD, Republicanos e Pros refletiram o esfarelamento da coalizão que existira na administração José Fortunati e que resultara na eleição de Nelson Marchezan Júnior (PSDB) em 2016.

Na reta final do primeiro turno, à esquerda, Manuela havia conseguido neutralizar as disputas que caracterizam o partido do vice, o PT. Ultrapassou formações ideológicas mobilizando o eleitorado da Capital que antigamente votava na sigla, após apostar em uma militância orgânica e engajada, em grande parte formada por jovens e mulheres. Mas, à direita, alavancada por diferenças mínimas entre Sebastião Melo (MDB), Marchezan e José Fortunati (PTB) nas pesquisas de intenção de voto, o candidato não se definia. O jogo se resolveu a favor de Melo na última semana, quando Fortunati desistiu, após uma sucessão de acontecimentos. 

Para garantir o engajamento do PTB e de seus candidatos a vereador à campanha de Melo, a saída foi tentar vincular o número de cadeiras obtidos pelo PTB no Legislativo à ocupação de espaços no primeiro escalão de uma eventual administração do MDB.

O PTB pleiteia uma secretaria para cada vereador eleito. A equipe de Melo nega qualquer negociação. O presidente do PTB da Capital, Everton Braz, também. Segundo ele, o apoio foi incondicional. No entanto, já surgem os primeiros incômodos no partido do vice, o Dem. Lideranças admitem a importância do PTB, mas querem discutir os espaços alegando que o Dem foi protagonista na campanha.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895