PDT pede ao TSE que Bolsonaro seja declarado inelegível por reunião com embaixadores

PDT pede ao TSE que Bolsonaro seja declarado inelegível por reunião com embaixadores

Partido diz que presidente cometeu crimes ao atacar o sistema eleitoral e reprova as afirmações feitas por ele durante o evento

R7

Encontro do presidente Jair Bolsonaro com embaixadores

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O PDT pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja declarado inelegível em razão das declarações dele contra o sistema eleitoral em uma reunião com embaixadores estrangeiros. Na cerimônia com os diplomatas, o presidente disse que as urnas eletrônicas são passíveis de invasão e levantou suspeitas de fraude em eleições anteriores.

No ofício enviado ao TSE, o PDT acusa Bolsonaro de ter cometido abuso de poder político e abuso de poder no uso indevido dos veículos de comunicação. O partido cobra que o Tribunal rejeite o registro de candidatura do presidente para as eleições deste ano ou casse o diploma de Bolsonaro. Além disso, a legenda quer que ele fique inelegível por oito anos.

O documento produzido pelo PDT reprova as afirmações feitas por Bolsonaro diante dos embaixadores. Entre outros pontos, o presidente disse que as urnas completaram automaticamente o voto no PT nas eleições de 2018, que os aparelhos não têm sistemas que permitem auditoria, que não é possível acompanhar a contagem dos votos e que a apuração dos votos é realizada por uma empresa terceirizada.

"É indene de dúvidas que o senhor Jair Messias Bolsonaro ultrapassou as lindes do exercício regular das atitudes escorreitas de um Chefe de Estado para conduzir a referida reunião para um viés eleitoral, com a finalidade política de assacar a integridade desta Justiça Especialidade para, logo após, difundir esse tipo de conteúdo através das redes sociais, que possuem alcance incomensurável", ponderou o partido.

"Não se faz necessário empreender esforços desmedidos para vislumbrar que o senhor Jair Messias Bolsonaro desvirtuou a realização do ato para propagar seu programa de campanha, que dentre poucas coisas, abarca os ataques à integridade do processo eleitoral como principal sustentáculo de discurso. Isso dito, não há como não perceber a presença de laços inquebrantáveis da conduta do ora Investigado com as Eleições 2022, no que não se pode, bem por isso, permitir a desvirtuação da atuação legítima estatal para confortar ânimos eleitorais e escusos do Chefe de Estado", acrescentou o PDT.


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