TSE mantém proibição de lives eleitorais de Bolsonaro no Alvorada

TSE mantém proibição de lives eleitorais de Bolsonaro no Alvorada

Justiça negou recurso da campanha do presidente para liberar transmissões

R7

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O ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou o recurso do presidente Jair Bolsonaro para derrubar a decisão liminar que o proibiu de promover transmissões ao vivo de campanha dos palácios do Planalto e da Alvorada.

Ele refutou os argumentos da defesa de Bolsonaro de que a proibição violaria a privacidade do presidente. Gonçalves assinalou que a medida trata "da destinação do bem público para a prática de ato de propaganda explícita, com pedido de votos para si e terceiros, veiculados por canais oficiais do candidato registrados no TSE".

A decisão é deste domingo e foi publicada na mesma hora em que o presidente promovia uma live. Ele não anunciou de onde fazia a transmissão, mas ironizou as decisões da justiça eleitoral.

No recurso contra a liminar, a defesa de Bolsonaro argumentou que o Alvorada é a casa do presidente "por força do ordenamento pátrio em vigor", e que, nesse ponto, não se diferencia da residência dos outros candidatos.

"A questão envolve a segurança do Presidente, que não pode ser impelido a realizar a live de um espaço público, como uma lan house ou o Parque da Cidade", alegam os advogados. "A live voltada para as eleições, transmitida pelo canal pessoal do candidato não pode ser reputada um desvirtuamento de transmissões oficiais".

A decisão anterior atende a uma ação do PDT que ingressou com a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) em que alega que Bolsonaro promoveria abuso de poder político ao utilizar as dependências dos prédios públicos para promover a própria candidatura à reeleição.

O partido pediu a suspensão das transmissões nesses ambientes. Na semana passada, Gonçalves já havia se manifestado sobre a questão, e intimou que Bolsonaro parasse de realizar as lives de cunho eleitoral nessas condições.

O presidente também ficou proibido de pedir votos a aliados nessas lives em prédios oficiais ou de se valer dos serviços de tradução de libras pagos pelo Estado. Trechos cortados dessas gravações também deveriam ser removidos das redes sociais e da propaganda eleitoral.


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