TSE volta a divulgar informações detalhadas de bens de candidatos

TSE volta a divulgar informações detalhadas de bens de candidatos

Segundo Alexandre de Moraes, presidente do TSE, os concorrentes às eleições não podem exigir que os dados fiquem restritos

R7

Alexandre de Moraes, presidente do TSE, disse que vai retomar a divulgação detalhada de bens dos candidatos

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quinta-feira (18) que vai retomar a divulgação detalhada da declaração de bens dos candidatos nas eleições deste ano. A Corte havia mudado as regras por causa da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), mas deve voltar a informar a localização de imóveis e o nome das empresas das quais o candidato é sócio, por exemplo. Até o momento, esses dados são descritos como "casa" ou "quotas ou quinhão de capital" no site do TSE.

Segundo o ministro Alexandre de Moraes, presidente da Corte, quem oferece o nome para ser candidato, seja eleito ou não, não pode exigir que a Justiça Eleitoral restrinja dados, uma vez que o eleitor precisa de informações antes de votar.

"A consagração constitucional da publicidade e da transparência correspondem à obrigatoriedade do Estado, e, neste caso, do Poder Judiciário, do Tribunal Superior Eleitoral, em fornecer as informações necessárias para o eleitor, principalmente em relação àqueles que pleiteiam um cargo público", destacou.

O ministro ainda ressaltou que é importante que os eleitores possam analisar a evolução patrimonial e as informações gerais e objetivas dos candidatos. "Salvo situações excepcionais, a administração pública tem o dever de absoluta transparência na condução dos negócios públicos, sob pena de desrespeito aos artigos 37 e 72 da Constituição", reforçou.

Para o plenário, também não existe limite de tempo para que esses dados estejam acessíveis à sociedade. Tanto dados pessoais quanto certidões e declarações de bens devem estar no DivulgaCandContas para obedecer o princípio da transparência. Para garantir a segurança pessoal dos concorrentes a cargos públicos, ficarão restritos apenas o endereço completo, telefone e e-mail pessoal.

A análise do tema pelo TSE teve início com o julgamento de um pedido apresentado por Luciano Reginaldo Fulco, eleito suplente de vereador pelo município de Guarulhos (SP) em 2020. Na sessão realizada no dia 31 de novembro de 2021, o Tribunal deferiu a solicitação do político, que havia pedido a exclusão dos dados da plataforma em decorrência de ameaças sofridas por ele durante o processo eleitoral.

Candidatos mais ricos na disputa ao Executivo

O patrimônio dos 20 candidatos mais ricos na disputa ao Executivo local nas eleições de 2022 soma R$ 1,8 bilhão, segundo dados declarados ao TSE. O líder do ranking é o candidato ao Governo do Distrito Federal pelo PSD, Paulo Octávio, que, sozinho, detém uma fortuna de R$ 618 milhões. Ibaneis Rocha (MDB), que disputa a reeleição ao Governo do DF, também figura na lista dos candidatos mais ricos. O atual governador declarou ter R$ 79 milhões em bens.

Sete candidatos aos governos dos estados do Centro-Oeste estão na lista de mais endinheirados do país — é a região com mais multimilionários disputando cargos de governador. Cinco deles são da região Norte, quatro da região Sul, três do Sudeste e um do Nordeste. Confira:

Foto: Arte / R7

Na disputa à Presidência da República, o mais rico é Pablo Marçal (PROS) — que corre o risco de não disputar o pleito. O empresário e coach declarou patrimônio de R$ 96,9 milhões. É o dobro do que disse ter o segundo candidato ao Palácio do Planalto mais rico, Felipe D'Ávila (Novo), que informou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 24,6 milhões.

Em seguida no ranking dos milionários, aparece Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com R$ 7,4 milhões; Ciro Gomes (PDT), R$ 3 milhões; Simone Tebet (MDB), R$ 2,3 milhões; Jair Bolsonaro (PL), R$ 2,3 milhões; e José Maria Eymael (DC), com R$ 1,5 milhão. O candidato à Presidência da República que declarou ter menos bens foi Leonardo Péricles (UP), que informou possuir R$ 197 na caderneta de poupança.


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