Política

Governo tenta aprovar MP alternativa ao IOF, que vence nesta quarta

Comissão mista aprovou parecer do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) por um voto de diferença

Governo tenta aprovar MP alternativa ao IOF, que vence nesta quarta
Governo tenta aprovar MP alternativa ao IOF, que vence nesta quarta Foto : Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

A ala governista tenta aprovar nesta quarta-feira (8), na Câmara e no Senado, a MP (Medida Provisória) alternativa ao aumento IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O texto, que prevê a tributação de títulos isentos, vence hoje e recebeu o aval da comissão mista na terça-feira (7) com diferença de um voto.

A última versão do texto, de autoria do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), prevê uma arrecadação para 2026 na casa dos R$ 17 bilhões, valor inferior aos R$ 21,8 bilhões esperados pelo governo para o próximo ano. Isso porque a proposta é alvo de resistência na Casa e precisou ser desidratada para ser destravada.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo, o Senado e a Câmara dos Deputados chegaram a um acordo para votação. Haddad afirmou que todas as partes fizeram concessões, que devem resultar em perda de cerca de R$ 3 bilhões na arrecadação prevista para 2026.

A negociação foi selada em reunião no gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, com a presença do líder do Governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-PE). De acordo com Haddad, as divergências que travavam o avanço do texto foram superadas após os ajustes feitos pelo Executivo e pelos parlamentares.

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Reforço na regulamentação

Entre as principais concessões, o governo decidiu manter a isenção sobre as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA), recuando da proposta inicial de tributação. Haddad explicou que a mudança atendeu a um apelo do setor produtivo, que argumentou que a cobrança poderia ter impacto negativo em um cenário de juros elevados.

Segundo Haddad, o governo precisará apertar a regulação para estancar a perda de arrecadação. O governo, explicou o ministro, deve reforçar os critérios para que os recursos investidos em LCI e LCA sejam aplicados nas operações de crédito ligadas ao agronegócio e ao mercado imobiliário.

Bets

Outro ponto negociado foi a tributação das casas de apostas eletrônicas. O governo desistiu de elevar o imposto sobre as bets, mas incluiu uma compensação. As empresas que operavam no país antes da regulamentação do setor deverão pagar 30% da receita obtida nesse período.

Inicialmente, o Ministério da Fazenda previa arrecadar R$ 20 bilhões com a MP. Com as modificações, o valor foi reduzido para R$ 17 bilhões, o que representa uma queda de R$ 3 bilhões na estimativa de receita.

A presença de Haddad no Senado nesta terça-feira reforça a pressa do governo em aprovar o texto. A MP precisa ser votada pelo Congresso até esta quarta-feira (8) para não perder validade.

*Com informações do R7 e da Agência Brasil