Linha do tempo: o que aconteceu depois dos ataques aos Três Poderes

Linha do tempo: o que aconteceu depois dos ataques aos Três Poderes

Último mês foi marcado por manifestações de repúdio aos ataques e prisões

Correio do Povo

Lula, governadores e integrantes do STF fazem caminhada até o Supremo

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O último mês foi marcado por desdobramentos relacionados aos ataques aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, como a intervenção na Segurança Pública do Distrito Federal, a prisão de possíveis envolvidos nos atos e operações da Polícia Federal.

A seguir, uma linha do tempo com os principais acontecimentos desse período. 

  • 8 de janeiro.

Grupos extremistas invadem as sedes dos prédios dos Três Poderes, em Brasília, deixando rastro de depredações e vandalismo. Após algumas horas, os locais são esvaziados, algumas pessoas são detidas e um grupo maior é escoltado até o acampamento montado nas proximidades do Quartel do Exército. No mesmo dia, o presidente Lula decreta intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. 

Atos antidemocráticos em Brasília 

  • 9 de janeiro.

Na madrugada, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou, monocraticamente, o afastamento do governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha (MDB), pelo prazo de 90 dias. No início da manhã, o acampamento junto ao Quartel no DF é desmontado e as pessoas são escoltadas para a sede da Polícia Federal. Desmobilização similar ocorre em outras cidades. À noite, o presidente Lula promove reunião com todos os governadores, além da presidente do STF, Rosa Weber, e representantes do Congresso. Após o encontro, eles fazem caminhada do Planalto até o STF

Lula, governadores e integrantes do STF fazem caminhada até o Supremo. Crédito: Ricardo Stuckert

  • 10 de janeiro.

Ex-secretário de segurança pública do DF, Anderson Torres e o ex-comandante da Polícia Militar, coronel Fábio Augusto, têm a prisão decretada por Alexandre de Moraes por suposta "conivência" de parte das forças de segurança durante os ataques. O Congresso Nacional aprovou o decreto de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, que recebe reforço policial de agentes de outros estados. 

  • 11 de janeiro.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter o afastamento de Ibaneis Rocha do cargo.

  • 12 de janeiro.

Durante a operação da PF na casa de Anderson Torres, uma minuta citando a intervenção no TSE buscando anular o resultado da eleição. Apesar dos ataques, o presidente Lula descarta tirar José Múcio do ministério da Defesa. A Advocacia-Geral da União pede bloqueio de R$ 6,5 milhões de 59 possíveis financiadores dos atos de grupos extremistas.  

  • 13 de janeiro.

Ibaneis Rocha presta depoimento na PF e nega envolvimento nos atos. Réplica da Constituição furtada nos atos é entregue ao Supremo Tribunal Federal. 

Presidente do STF, Rosa Weber recebe réplica da Constituição furtada. Crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF

  • 14 de janeiro.

Anderson Torres retornou dos Estados Unidos e foi detido no aeroporto.

  • 16 de janeiro.

Novas imagens das depredações internas aos prédios dos Três Poderes são divulgadas e trazem detalhes dos atos de destruição.

  • 18 de janeiro.

Em primeiro depoimento à PF, Anderson Torres opta por ficar em silêncio. 

  • 19 de janeiro.

Governo promove mudanças nos comandos das superintendências regionais da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal.

  • 21 de janeiro.

O presidente Lula decide trocar o comando do Exército, em função do acirramento da crise de confiança entre Executivo e o Exército. General Tomás Miguel Ribeiro Paiva assume o cargo no lugar do general Júlio Cesar de Arruda. 

Tomás Miguel Ribeiro Paiva​ / Foto: Reprodução / YouTube / @cmse_exercito

 

  • 24 de janeiro.

Governo federal promove mudanças no Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. 

  • 25 de janeiro.

AGU já pediu o bloqueio R$ 18,5 milhões de bens de suspeitos de participarem dos atos. O valor é uma estimativa do dano causado nos prédios dos Três Poderes. 

  • 26 de janeiro.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, apresenta o pacote da Democracia, que inclui uma MP, uma PEC e dois projetos de lei. A PEC prevê a criação da Guarda Nacional. 

  • 27 de janeiro.

PF realiza a terceira fase da Lesa-Patria. Foram 38 mandados de prisão e busca e apreensão emitidos pela PF. Entre os presos está a “Dona Fátima de Tubarão”.

  • 31 de janeiro.

Encerrada a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. Delegado da PF desde 1999, Sandro Avelar comandou a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal de 2011 a 2014 e assumiu o cargo novamente.

  • 01 de fevereiro.

Policiamento é reforçado junto aos prédios dos Tres Poderes diante da realização da abertura do Ano Judiciário e a posse dos novos deputados e senadores. Rosa Weber diz que STF “jamais será intimidado pela barbárie". Reformado, plenário do STF recebeu o evento.  

  • 02 de fevereiro.

Anderson Torres presta novo depoimento e nega envolvimento nos atos. Afirma que plano não foi seguido pela Polícia Militar. 

  • 03 de fevereiro.

Ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira é solto. Ele havia sido preso, no dia 10 de janeiro, durante as investigações sobre os protestos na praça dos Três Poderes. A soltura esteve relacionada ao relatório da intervenção que descartou que ele tenha sido diretamente responsável pelas falhas na segurança. 

  • 06 de fevereiro. 

O Ministério da Justiça recebeu 107 mil emails com denúncias que podem ajudar na identificação dos autores. As informações foram encaminhadas à Polícia Federal, que vai usar os dados ao longo das investigações.

O canal foi criado no dia 9 de janeiro, um dia depois dos ataques ao prédio do Congresso Nacional 

  • 07 de fevereiro.

Nova operação da Polícia Federal mira oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF). Os alvos nesta etapa são suspeitos de omissão diante dos atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes.  AGU amplia o valor de bens que devem ser bloqueados em função dos danos provocados pelos ataques para R$ 20,7 milhões.


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