O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (4), que a megaoperação policial contra o Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos na semana passada, foi "uma matança" e pediu uma investigação.
"Houve a matança. Eu acho que é importante a gente verificar em que condições ela se deu", declarou Lula em Belém, no Pará, durante entrevista à AFP e a outras agências internacionais de notícias.
Dos mortos dois ainda não foram identificados. Até o momento, 60% dos suspeitos tinham até 30 anos. De acordo com a Polícia Civil, mais de 95% dos mortos "tinham ligação comprovada com o Comando Vermelho".
O mais velho é Jorge Benedito Correa Barbosa, de 54 anos. Outros dois têm mais de 40 anos: Ronaldo Julião da Silva, de 46, e Francisco Nataniel Alves Gonçalves, de 48.
A polícia ainda afirma que o trabalho de inteligência da cúpula de Segurança Pública do Estado identificou que 59 tinham mandados de prisão pendentes, pelo menos 97 apresentavam históricos criminais relevantes e, dos 17 que não apresentaram histórico criminal, 12 apresentaram indícios de participação no tráfico em suas redes sociais.
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Entre os crimes apontados nos mandados de prisão estão homicídio, tráfico de drogas, sequestro, extorsão, roubo, corrupção de menores e posse e porte ilegal de armas.
Segundo o governo do Rio de Janeiro, quatro dos mortos eram policias (dois militares e dois civis), enquanto os demais teriam relação com o tráfico de drogas.
De acordo com o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, a lista não encerra o trabalho de investigação e todos os resultados estão sendo documentados "para garantir a transparência e legalidade da operação".