MP que adia pagamento de auxílios culturais será julgada pelo STF

MP que adia pagamento de auxílios culturais será julgada pelo STF

Ministra Cármen Lúcia suspendeu os efeitos da medida por entender que ela é inconstitucional, mas tema vai a Plenário

R7

Ministra Cármen Lúcia votou contra benefícios a deputados estaduais

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O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julga, nesta terça-feira, a medida provisória que adiou o pagamento de benefícios determinados pelas leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2. A ministra Cármen Lúcia suspendeu a medida neste sábado, entendendo que o texto do governo é inconstitucional. 

Com a decisão, a ministra estabeleceu o retorno das regras das leis Aldir Blanc 2 e Paulo Gustavo e do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos. Segundo o texto aprovado pelo Congresso, os repasses culturais pela Lei Paulo Gustavo devem ocorrer ainda neste ano, e os da Lei Aldir Blanc, em 2023. A MP revogada determinava que os auxílios só entrariam em vigor em 2023 e 2024, respectivamente. 

Na decisão, Cármen Lúcia considerou que a MP era inconstitucional, pois fere decisão do Congresso. As leis chegaram a ser barradas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), mas os parlamentares derrubaram os vetos. A medida provisória veio como uma espécie de veto indireto, debruçando-se sobre uma matéria já analisada pelo Congresso, estratégia que é ilegal. 

"O que se tem, assim, é quadro no qual o Presidente da República não aceita o vetor constitucional, nem a atuação do Poder Legislativo e busca impor a sua escolha contra o que ditado pelo Parlamento, que é, no sistema jurídico vigente, quem dá a última palavra em processo legislativo", descreve Cármen Lúcia, completando que a MP traz "desvio de finalidade", e, portanto, é inconstitucional. 

A magistrada também argumenta que não há os critérios de relevância e urgência que exigem a edição de uma MP. Na decisão, que atende a um pedido da Rede Sustentabilidade, Cármen Lúcia ressaltou, ainda, a importância da cultura para a população brasileira e os impactos ao setor em razão da pandemia.


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