MPF vai investigar responsabilidade sobre aplicativo de jogo que simula escravidão

MPF vai investigar responsabilidade sobre aplicativo de jogo que simula escravidão

Jogo estava à disposição para download na na loja virtual Play Store, do Google até a tarde desta quarta-feira

R7

Prédio da sede do MPF no Rio Grande do Sul

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O aplicativo de celular que simula comercialização de pessoas escravizadas, chamado de Simulador de Escravidão, será alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF). O MPF instaurou um procedimento para apurar a responsabilidade pela disponibilização do jogo na loja virtual Play Store, do Google. O aplicativo estava no ar até o início da tarde desta quarta-feira no Google Play, e qualquer pessoa com acesso ao sistema Android poderia baixá-lo.

O procurador da República Enrico Rodrigues de Freitas destacou que, além de ter sido baixado diversas vezes, o campo de comentários da página para download concentrava “grande quantidade de comentários racistas”, segundo divulgou o MPF. O caso ficará a cargo da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio Grande do Sul.

O aplicativo permite a simulação da compra e venda de pessoas escravizadas e os jogadores podem acumular dinheiro com a exploração dos personagens. Na página inicial, uma mensagem afirma que o produto é para “entretenimento” e “não está vinculado a eventos históricos específicos”. O R7 entrou em contato com o Google, que informou que o aplicativo foi removido do Google Play.

Em nota, a empresa afirmou que "não permite apps que promovam violência ou incitem ódio contra indivíduos ou grupos com base em raça ou origem étnica, ou que retratem ou promovam violência gratuita ou outras atividades perigosas". A empresa disse ainda que qualquer pessoa que acredita ter encontrado um aplicativo que esteja em desacordo com as regras do Google pode fazer uma denúncia.

O Ministério da Igualdade Racial afirmou que, assim que teve conhecimento do aplicativo, entrou imediatamente em contato com o Google para a construção conjunta de medidas que contribuam para um filtro eficiente para que discursos de ódio, intolerância e racismo não sejam disseminados com tanta facilidade e sem moderação em espaços virtuais.

*Com informações do MPF.


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