OAB entende que RS tem argumentos suficientes para que União considere extinta dívida do Estado

OAB entende que RS tem argumentos suficientes para que União considere extinta dívida do Estado

Presidente Leonardo Lamachia pediu sensibilidade ao governo Lula devido ao momento por conta das enchentes

Correio do Povo

Audiência reunirá Leite, Pimenta e integrantes do governo federal

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O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul (OAB/RS), Leonardo Lamachia, afirmou nesta terça-feira que entidade e o governo gaúcho têm argumentos técnicos, jurídicos e contábeis para que a União considere total ou parcialmente extinta a dívida do Estado. Lamachia estará presente na audiência de conciliação a respeito do tema ocorrerá no gabinete do ministro do STF Luiz Fux.

A audiência acontece após a OAB pedir no Supremo Tribunal Federal urgência na tramitação de uma ação de 2012, que pede a extinção da dívida, que pode chegar a R$ 100 bilhões.

"Nós temos uma perícia encomendada junto à Unicamp sobre o tema. Em função do momento do Rio Grande do Sul, nós nos manifestamos através de uma nota pública e reafirmamos a nossa posição histórica de que a dívida está quitada. No meu entendimento nós temos todos os elementos jurídicos e contábeis para que a União possa tomar uma decisão. O governador Eduardo Leite vai demonstrar isso por conta das enchentes. Nós temos argumentos para que a União tome uma medida e considere total ou parcialmente extinta essa dívida”, explicou em entrevista à Rádio Guaíba.

Lamachia destacou ainda que OAB e o governo do RS têm outras justificativas que sustentam o pedido para extinção da dívida. “Temos argumentos de natureza política e institucional, que apontam que o Brasil já perdoou dívidas de outros países. Também temos alguns precedentes que ocorreram dentro do Brasil, como foi o caso de São Paulo que entrou em acordo com a União”, comentou.

Um estado credor

Conforme o dirigente da OAB, o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, servirá com um dos pontos de argumentação junto ao STF e ao governo federal. “Nós temos também manifestações do ministro na época em que era prefeito de São Paulo de que os contratos feitos com base no IGPDI mais 6%, um dos índices presentes no acordo, eram impagáveis”, acrescentou.

Lamachia disse que não sabe se Haddad estará na reunião desta terça, mas a decisão passa também por ele. “Seria bom que ele lembrasse do que falou lá atrás. Está nas mãos do presidente Lula e do governo federal a possibilidade de ter a sensibilidade necessária para com o RS diante daquilo que estamos vivendo por conta das enchentes. A nossa perícia tem dados robustos que inclusive apontam que o Estado não seria devedor, e sim credor da União”, completou.

A Advocacia-Geral da União explicou que, desde julho, o governo suspendeu a dívida dos gaúchos por três anos, flexibilizou regras fiscais e adotou medidas emergenciais para ajudar na reconstrução do Estado.

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