STF continuará julgamento de validade de indulto dado por Bolsonaro a Daniel Silveira em maio

STF continuará julgamento de validade de indulto dado por Bolsonaro a Daniel Silveira em maio

A decisão foi suspensa em razão do horário e será retomada na próxima quarta-feira, dia 3 de maio

R7

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O Supremo Tribunal Federal (STF) vai continuar a analisar a validade do decreto presidencial que concedeu indulto individual ao ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) na próxima quarta-feira (3/5). O julgamento começou nesta quinta-feira, mas foi suspenso em razão do horário. 

Silveira foi condenado pelo STF, em abril de 2022, por estímulo a atos extremistas e ataques a autoridades e instituições. A pena foi de oito anos e nove meses de prisão.

Um dia após o julgamento, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu um indulto individual que anulou a condenação de Silveira. Os ministros analisam ações apresentadas pela Rede Sustentabilidade, pelo PDT, pelo Cidadania e pelo PSOL. Na avaliação dos partidos, houve também desvio de finalidade, pois o indulto não foi concedido em defesa do interesse público, mas sim do interesse pessoal de Bolsonaro, já que Daniel Silveira é aliado político do ex-presidente.

Nesta quinta, houve a leitura do relatório e as sustentações orais dos advogados. As defesas dos partidos classificaram o decreto como "medida política", "mistura com os interesses do ex-presidente e "instrumento para embate e ataque entre Poderes". 

PGR

Em maio do ano passado, o procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu a graça concedida. Ele afirmou que o presidente tem competência privativa e ampla liberdade para definir os critérios de concessão do decreto de indulto individual — conhecido como graça.

Nesta quinta, Aras disse que o STF tem reconhecido a validade do ato de clemência. "Razões que orientam o ato de clemência são essencialmente políticas, não configuram atos administrativos, mas atos nitidamente políticos. Trata-se de ato político por categoria conceitual, no qual encontram-se decretos de clemência", afirmou. 


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