Saúde

Mudanças nos requisitos de segurança e saúde em ambientes de trabalho são discutidas em seminário na Fiergs

6ª edição do Seminário de Segurança e Saúde no Trabalho ocorre nesta sexta-feira

Jacinta Renner, doutora em Engenharia de Produção com ênfase em ergonomia, tratou em sua palestra da nova Cartilha de Ergonomia
Jacinta Renner, doutora em Engenharia de Produção com ênfase em ergonomia, tratou em sua palestra da nova Cartilha de Ergonomia Foto : Ricardo Giusti

As práticas necessárias para empresas e empresários se adequarem às mudanças e cumprirem requisitos de segurança e saúde nos ambientes de trabalho são discutitos por especialistas de diferentes áreas técnicas e jurídicas do trabalho na 6ª edição do Seminário de Segurança e Saúde no Trabalho é promovida pelo Sistema Fiergs, por meio do Conselho de Relações do Trabalho (Contrab) em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi-RS). O evento gratuito ocorre até o final da manhã desta sexta-feira no Salão de Convenções da Federação. Participam cerca de 800 participantes, entre profissionais das áreas de Recursos Humanos, de segurança do trabalho e jurídico, médicos do trabalho e de outras áreas.

"Temos um tema muito latente, que é a Norma Regulamentadora NR 1, que trata de riscos psicossociais no trabalho, e outras temáticas de interesse de economia e segurança. Temos uma mistura de atualização de temas que estão em voga com adequações necessárias com as cartilhas e recomendações que são atualizadas periodicamente", diz Eduardo Cervelin, diretor do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Ciergs) e vice-coordenador do Contrab.

Cervelin também comenta que as normas regulamentadoras trazem adequações para otimizar o trabalho, mas ainda há desafios para as implementações nas empresas. O evento vem, portanto, com o foco de atualizar as temáticas e discutir os entraves.

"O ambiente de trabalho mudou. A relação das empresas com os empregados e empregadores hoje é muito mais humana e dinâmica. Hoje, se entende que existem aspectos de muito mais relevância que as empresas podem observar para cuidar melhor dessas pessoas, para poderem trabalhar de forma mais tranquila, produtiva e segura", afirma.

Jacinta Renner, doutora em Engenharia de Produção com ênfase em ergonomia, tratou em sua palestra da nova Cartilha de Ergonomia, com atualização das orientações a partir da Norma Regulamentadora (NR) 17, que exige uma análise ergonômica mais abrangente e um mapeamento de riscos

Jacinta buscou discutir as modificações da cartilha com a sua reformulação em 2022, em que alguns pontos foram simplificados e outros incrementados. A construção do documento foi elaborada com diálogo com especialistas de Saúde e Segurança das empresas para pensar na ergonomia com soluções simples a serem adotadas, de modo que exija menos custos e que seja eficaz para os trabalhadores.

"Todas as pequenas e médias empresas, de modo geral, têm uma tendência de achar que a ergonomia tem um custo muito alto e que é tudo muito caro, e na verdade não precisa ser assim. Pode ter soluções de processo, de organização do trabalho que não tem custo nenhum É só uma questão de de fato implementar medidas preventivas", afirma. Ela destaca, por exemplo, ações como multifunção de equipes, evitando o risco da repetitividade e a flexibilização de máquinas, que auxiliam a evitar dores cervicais e de coluna.

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"Por que vamos deixar essa pessoa adoecer, se nós podemos preventivamente organizar algo que resolva o problema?", questiona. "Às vezes, as pessoas complexificam o que pode ser simples. Assim, deixam de fazer ergonomia, deixam de cuidar do trabalhador, deixam de promover a qualidade de vida no trabalho, acabam deixando as pessoas adoecer por falta de visão nesse sentido", completa Jacinta.

O seminário também tratou do avanço e das mudanças no panorama nacional das Normas Regulamentadoras, como as de nº 1 e n° 5, que tratam de assédio moral e saúde mental no ambiente de trabalho, e dos desafios de implementação dos fatores psicossociais.