As práticas necessárias para empresas e empresários se adequarem às mudanças e cumprirem requisitos de segurança e saúde nos ambientes de trabalho são discutitos por especialistas de diferentes áreas técnicas e jurídicas do trabalho na 6ª edição do Seminário de Segurança e Saúde no Trabalho é promovida pelo Sistema Fiergs, por meio do Conselho de Relações do Trabalho (Contrab) em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi-RS). O evento gratuito ocorre até o final da manhã desta sexta-feira no Salão de Convenções da Federação. Participam cerca de 800 participantes, entre profissionais das áreas de Recursos Humanos, de segurança do trabalho e jurídico, médicos do trabalho e de outras áreas.
"Temos um tema muito latente, que é a Norma Regulamentadora NR 1, que trata de riscos psicossociais no trabalho, e outras temáticas de interesse de economia e segurança. Temos uma mistura de atualização de temas que estão em voga com adequações necessárias com as cartilhas e recomendações que são atualizadas periodicamente", diz Eduardo Cervelin, diretor do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Ciergs) e vice-coordenador do Contrab.
Cervelin também comenta que as normas regulamentadoras trazem adequações para otimizar o trabalho, mas ainda há desafios para as implementações nas empresas. O evento vem, portanto, com o foco de atualizar as temáticas e discutir os entraves.
"O ambiente de trabalho mudou. A relação das empresas com os empregados e empregadores hoje é muito mais humana e dinâmica. Hoje, se entende que existem aspectos de muito mais relevância que as empresas podem observar para cuidar melhor dessas pessoas, para poderem trabalhar de forma mais tranquila, produtiva e segura", afirma.
Jacinta Renner, doutora em Engenharia de Produção com ênfase em ergonomia, tratou em sua palestra da nova Cartilha de Ergonomia, com atualização das orientações a partir da Norma Regulamentadora (NR) 17, que exige uma análise ergonômica mais abrangente e um mapeamento de riscos
Jacinta buscou discutir as modificações da cartilha com a sua reformulação em 2022, em que alguns pontos foram simplificados e outros incrementados. A construção do documento foi elaborada com diálogo com especialistas de Saúde e Segurança das empresas para pensar na ergonomia com soluções simples a serem adotadas, de modo que exija menos custos e que seja eficaz para os trabalhadores.
"Todas as pequenas e médias empresas, de modo geral, têm uma tendência de achar que a ergonomia tem um custo muito alto e que é tudo muito caro, e na verdade não precisa ser assim. Pode ter soluções de processo, de organização do trabalho que não tem custo nenhum É só uma questão de de fato implementar medidas preventivas", afirma. Ela destaca, por exemplo, ações como multifunção de equipes, evitando o risco da repetitividade e a flexibilização de máquinas, que auxiliam a evitar dores cervicais e de coluna.
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"Por que vamos deixar essa pessoa adoecer, se nós podemos preventivamente organizar algo que resolva o problema?", questiona. "Às vezes, as pessoas complexificam o que pode ser simples. Assim, deixam de fazer ergonomia, deixam de cuidar do trabalhador, deixam de promover a qualidade de vida no trabalho, acabam deixando as pessoas adoecer por falta de visão nesse sentido", completa Jacinta.
O seminário também tratou do avanço e das mudanças no panorama nacional das Normas Regulamentadoras, como as de nº 1 e n° 5, que tratam de assédio moral e saúde mental no ambiente de trabalho, e dos desafios de implementação dos fatores psicossociais.