30 anos do Mundial: Hamburgo era como o Barcelona hoje, compara PC Magalhães

30 anos do Mundial: Hamburgo era como o Barcelona hoje, compara PC Magalhães

Ex-lateral lembrou que time alemão “ganhava tudo” e Grêmio era o “patinho feio”<br />

Laion Espíndula / Correio do Povo

PC Magalhães destacou a humildade do elenco gremista

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O Hamburgo era o favorito na disputa do Mundial de Clubes de 1983. Liderado pelo meia Felix Magath, o time alemão chegava a Tóquio como campeão nacional das duas últimas edições do campeonato nacional e da Liga dos Campeões, depois de bater na final a fortíssima Juventus, de Paolo Rossi e Platini. Lateral-esquerdo do Grêmio na época, Paulo César Magalhães afirmou que o grupo gaúcho conseguiu o maior título do mundo graças à humildade e estudo sobre o adversário.

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A força do Hamburgo era grande na época, tanto que Paulo César a compara com o principal clube da atualidade. “Eles eram naquela década o Barcelona de hoje, porque ganhavam tudo”, lembra. “A Europa tem esses picos, onde cada década tem um clube que se destaca. A gente sabia que o Hamburgo era um grande time e nós éramos o patinho feio. Mas o patinho matou o leão”, brinca o ex-jogador.

Um ano antes, uma conversa entre Paulo César e então volante Bonamigo previu a ida do Grêmio à final do Mundial. O Tricolor tinha garantido a presença na Taça Libertadores e a dupla já vislumbrava o título. “O Bonamigo e eu chegávamos sempre cedo para tomar café da manhã, antes dos treinos. A gente tinha visto no dia anterior a disputa do Mundial. Quando nos encontramos, a gente falou sobre o jogo e comentou que podia ser o Grêmio no ano seguinte”, recorda.


Grêmio leva comida para o Japão


O planejamento foi um elemento importante na trajetória da conquista do mundo. Sem saber como seriam os pratos japoneses, o Grêmio preferiu levar uma boa quantidade de comida a Tóquio, suficiente para uma semana de preparação do time. A responsabilidade pela logística ficou com o massagista Banha, que virou o cozinheiro oficial da delegação tricolor.

Segundo Paulo César, o Banha era “excelente” na preparação dos alimentos. “A gente levou até a nossa comida para Tóquio. Sei que conseguimos transportar feijão, um pouco de arroz, carne e temperos. Esse era um cuidado para a gente não comer alguma coisa que não caísse bem no Japão. A comida era boa. A gente já tinha experimentado alguns pratos do Banha antes, em Porto Alegre.”

O fuso horário, de acordo com o ex-jogador, foi a principal dificuldade gremista em território japonês. “Os dias que a gente passou lá serviram mais para a adaptação com os horários, até mesmo com a língua. Muita gente daqui (do Estado) foi para lá e acompanhou o Grêmio. Chegamos no inverno e o frio incomodava um pouco no Japão, porque já tinha até caído neve”, relembra.

Prioridade na marcação

A prioridade gremista na decisão de 83 era a marcação. Para evitar um fracasso em Tóquio, o Tricolor entrou em campo com a missão de ocupar todos os espaços do campo e não dar brecha ao adversário: “A regra era dar o mínimo de espaço para eles. Não podia ter um alemão atrás, a marcação tinha que ser de frente. O máximo cuidado para não levar uma bola nas costas. Onde tinha alemão, teria que ter um de nós”.

E a motivação para a forte marcação surgiu na véspera do jogo. Quando o Hamburgo chegou a Tóquio, o time adversário esnobou o Tricolor. “Quando nos encontraram no hotel, os alemães não foram solícitos. O técnico deles disse que não conhecia o (Valdir) Espinosa. Nós passamos uma semana lá como preparação. Eles chegaram um dia antes e praticamente não conversaram com a gente”, observa.

Ouça a narração de Armindo Antônio Ranzolin pela Guaíba:


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