Índios pretendem ficar em área de Bento Gonçalves

Índios caingangues que estão em uma área no município de Bento Gonçalves querem se fixar em definitivo no local. Nesta semana, o grupo teve audiência no Ministério Público Federal (MPF) para tratar do assunto. Oriundos de cidades como Cacique Doble, Charrua, Caseiros e Tenente Portela, eles estão numa área do município da Serra, às margens da BR 470, bairro São Roque. O cacique Nelinho Paulo diz que são 18 famílias vivendo em precárias barracas de lona. A área, segundo ele, tem pouco mais de meio hectare e abriga 60 pessoas, entre adultos, idosos e crianças. “Nós queremos só um cantinho para criar os filhos e dar melhores condições de vida aos nossos idosos.”

Em nota, Secretaria de Habitação e Assistência Social de Bento Gonçalves diz que o poder de fixar os índios em um determinado local compete à União. Informa que, em 2013, a prefeitura destinou a área para que os índios pudessem se alojar com segurança no período em que estivessem na cidade vendendo artesanato. Segundo a secretaria, em março de 2018 houve reunião entre o Executivo, Ministério Público, Fundação Nacional do Índio e caingangues.

Na ocasião, os índios solicitaram a cessão de uso do terreno para a Funai para poderem fixar residência. Porém, conforme a nota, ficou definido que a área continuaria sendo utilizada para passagem, e não como residência fixa, podendo servir para todos os grupos. “Índios de outras tribos vieram para a cidade e não tiveram onde ficar, justamente porque a área destinada para este fim está sempre ocupada”, diz a secretária de Habitação e Assistência Social, Milena Bassani.

O MPF em Bento Gonçalves informou em nota que na quarta-feira recebeu das lideranças indígenas que estão na área reivindicações relativas à definição de espaço territorial e transporte escolar. Disse ainda que o assunto está sendo apurado.