Atos em memória das vítimas marcam 11 anos da tragédia da boate Kiss

Atos em memória das vítimas marcam 11 anos da tragédia da boate Kiss

Familiares pedem justiça pelos 242 mortos em incêndio em Santa Maria

Correio do Povo

Atos ocorreram em memória aos 242 mortos no incêndio em Santa Maria

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O incêndio da boate Kiss completa 11 anos neste sábado. A data foi marcada por homenagens aos 242 mortos na tragédia, que também deixou outras 636 pessoas feridas, em Santa Maria. Os atos ocorreram entre a noite de sexta-feira e essa madrugada.

Uma tenda para vigília foi montada na Praça Saldanha Marinho, onde familiares das vítimas, amigos e sobreviventes iniciaram uma caminhada. O grupo percorreu as ruas em direção ao prédio onde funcionava a casa noturna, na Rua dos Andradas.

Próximo às 2h30min, foram lidos os nomes das vítimas. O horário foi o mesmo em que teve início o incêndio, no dia 27 de janeiro de 2013.

Mascaras brancas, que eram utilizadas pelos participantes, foram penduradas em frente à estrutura. Além disso, itens pessoas dos mortos foram colocados na calçada, acompanhados de flores.

Atos lembrando a tragédia ocorrem em Santa Maria desde terça-feira. Placas de cor preta foram espalhadas por ruas, na área Central e em frente à boate. Os cavaletes, muitos com nomes e fotos, exibem dizeres como “Eu não sou apenas um número".

O novo julgamento do caso está marcado para o dia 26 de fevereiro. Um primeiro júri popular ocorreu em dezembro de 2021, presidido pelo juiz Orlando Faccini Neto. O julgamento teve duração de dez dias, se tornando o mais longo da história do RS.

Na ocasião, os sócios da Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, além de Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, e do produtor de palco Luciano Bonilha Leão, chegaram a ser condenados a penas que variaram entre 18 e 22 anos de prisão, por homicídio com dolo eventual.

O quarteto foi preso após o então presidente do STF, ministro Luiz Fux, suspender um habeas corpus concedido pela 1ª câmara Criminal do TJRS.

Em agosto de 2022, no entanto, a decisão do júri foi anulada pelo TJRS, que atendeu recursos das defesas alegando irregularidades no processo como, por exemplo, uma suposta reunião entre Faccini e os jurados sem a presença de advogados dos réus. Todos os acusados permanecem soltos desde então.


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