Caminhoneiros gaúchos seguem retidos na Cordilheira dos Andes

Caminhoneiros gaúchos seguem retidos na Cordilheira dos Andes

Devido a nevascas e deslizamentos de pedras, trechos das rodovias chilena e argentina foram bloqueados

Felipe Samuel

Aduana de Uspallata, na província de Mendonza, na Argentina, abriga cerca de 600 caminhões

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Retidos há mais de duas semanas na estrada que cruza os Andes, entre Mendoza, na Argentina, e Santiago, no Chile, caminhoneiros gaúchos aguardam liberação das autoridades locais para seguir viagem. Por conta do impasse na região, cerca de mil caminhoneiros estão parados na província de San Luis, na Argentina, localidade distante 250 km de Mendoza. Devido a nevascas e deslizamentos de pedras, trechos das rodovias chilena e argentina foram bloqueados na semana passada. Apenas na sexta-feira o trânsito foi liberado parcialmente no chamado Sistema Integrado Cristo Redentor, que envolve a ruta 60, no Chile. 

Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Carga de Linhas Internacionais do Rio Grande do Sul (Sindimercosul), os caminhoneiros relatam que as autoridades argentinas dão preferência para a passagem de carros leves e turistas, que nessa época do ano lotam a região para esquiar e explorar a Cordilheira dos Andes. O presidente da entidade, Plínio Fontella, destaca que na sexta-feira cerca de 4 mil veículos estavam retidos na divisa da entre Argentina e Chile. “Já está com fluxo de veículos, mas ainda está complicado o trânsito. Estão trancando na província de San Luis”, afirma.

Relatos de caminhoneiros em grupos de conversa como Whats App revelam que os postos nas regiões estão vazios e poderiam receber grande quantidade de veículos, mas as autoridades argentinas de San Luis não autorizaram a passagem dos caminhoneiros, dificultando o ingresso dos veículos brasileiros em solo argentino. Com isso, grupos de caminhoneiros aguardam a liberação do trânsito em Desaguadero - entre San Luis com Mendoza. Todos os anos acontece a mesma coisa. E como tem neve, eles estão segurando os caminhões para deixar os turistas baixarem a Cordilheira e alcançar outras montanhas”, ressalta.

Na sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Mendoza, informou que mantém coordenação estreita e constante com as autoridades argentinas, no intuito de prestar assistência consular aos nacionais brasileiros, com particular atenção para os profissionais de transporte retidos há mais de duas semanas no passo fronteiriço Cristo Redentor, entre o Chile e a Argentina. 


Correio do Povo
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