Ciclone faz São Leopoldo decretar situação de calamidade pública

Ciclone faz São Leopoldo decretar situação de calamidade pública

Uma pessoa morreu na cidade por conta de descarga elétrica e outra está desaparecida

Correio do Povo*

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Após a passagem do ciclone extratropical, o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, decretou situação de calamidade pública no município. Entre o meio da noite e a madrugada de sexta choveu o histórico volume de mais de 246mm, causando colapso no sistema de drenagem que não suportou o volume de chuva.

Em São Leopoldo, um homem morreu após ter sofrido uma descarga elétrica e um jovem desapareceu depois que o veículo em que ele estava foi arrastado pela correnteza do arroio Kruze, no bairro Santo André. O fato aconteceu na noite de quinta-feira na rua Felipe Uebel, esquina com a Rua Brusque, quando ele trafegava por cima da ponte.

O irmão do jovem, que também estava no automóvel, conseguiu ser resgatado. Os homens do Corpo de Bombeiros aguardam a melhora das condições climáticas para intensificar os trabalhos de buscas no local, pois o volume de chuva e o grande acúmulo de água atrapalham os trabalhos.   

Entre outras disposições, o decreto de calamidade determina a criação de um comitê emergencial composto por representantes do gabinete do prefeito, das secretarias municipais Geral de Governo (SGG); da Administração (Semad); da Fazenda (Semfaz); da Assistência Social (SAS), de Segurança Pública e Defesa Comunitária (Semusp); de Obras e Viação (Semov), de Mobilidade e Serviços Urbanos (Semurb), das subprefeituras da Zona Leste (Seleste) e Norte (Senorte); da Superintendência da Defesa Civil, e do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae).

Todas as demandas de busca e salvamento devem ser encaminhadas aos telefones que estão em operação no Comitê Emergencial por meio dos telefones 51 9911 78291; 51 9892 47852 e 193.

Vanazzi classificou a situação como sem precedentes na história de São Leopoldo e determinou que todas as equipes se mantenham em alerta para atender a população. “Tivemos um cenário dramático em toda a região. Foi muita chuva e nenhum sistema de drenagem no mundo seria capaz de dar conta desse volume de água. Lamentamos muito e somos extremamente solidários para atender nosso povo da melhor forma possível”, disse.

Atendimentos

O Ginásio Municipal Celso Morbach está recebendo as pessoas que ficaram desalojadas e lá recebem toda assistência necessária. É realizada uma triagem e acolhimento. Se é verificada alguma anormalidade um atendimento médico é realizado no Ônibus da Saúde e são disponibilizados medicamentos através da Farmácia Móvel. Quem está com roupas molhadas recebe agasalhos e há espaço para os animais de estimação. 

Algumas pessoas desabrigadas estão sendo encaminhadas para a Associação Meninos e Meninas de Progresso (Ammep); Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Chico Xavier e para o Centro de Espiritualidade Padre Arturo (Cepa). Esses locais possuem uma estrutura mais adequada, inclusive com cozinhas para fornecer alimentação quente.

Pessoas interessadas em fazer doações podem se dirigir ao Ginásio Municipal. Estão sendo priorizados alimentos prontos como bolachas, frutas, leite, achocolatados prontos e agasalhos. Também estão sendo recebidas rações para os animais. No local também pode se fazer um cadastro para que quiser se voluntariar e ajudar no auxílio à população. 

Trabalhos da Defesa Civil 

Em posicionamento divulgado à população, a Defesa Civil segue atuando para o apoio às vítimas dos prejuízos causados pelas fortes chuvas. Foi instalado um Grupo de Resposta em Ações Coordenadas envolvendo diversas forças, onde estão sendo empregados todos os recursos humanos e materiais disponíveis da Defesa Civil estadual e municipais, da Secretaria de Segurança Pública do Estado o Corpo de Bombeiros Militar e a Brigada Militar, além de outros órgãos públicos do Estado e dos municípios. 

A Secretaria de Assistência Social do Estado se agregou ao grupo para concentrar os pedidos de ajuda dos municípios. A Defesa Civil alerta, ainda, a população residente nas proximidades dos rios Sinos, Caí, Gravataí, e o Guaíba, em razão do risco de cheias.

*Com informações da repórter Fernanda Bassôa


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895