Com hospitais ainda sob pressão, RS segue todo em bandeira preta pela 6ª semana

Com hospitais ainda sob pressão, RS segue todo em bandeira preta pela 6ª semana

Municípios poderão adotar protocolos mais flexíveis com a cogestão regional

Correio do Povo

Fluxo de pessoas na região central de Porto Alegre foi intenso devido ao feriado de Páscoa

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Apesar do Gabinete de Crise ter apontado redução em dois dos 11 indicadores analisados, o governo gaúcho decidiu nesta sexta-feira por manter todas as regiões em bandeira preta na 48ª rodada do Distanciamento Controlado. Com isso, esta será a sexta semana consecutiva em que todas as 21 regiões Covid terão mapa definitivo em bandeira preta, sem a possibilidade de pedido de reconsideração da leitura. No entanto, as regiões ainda poderão adotar protocolos mais flexíveis graças à retomada do sistema de cogestão, desde 22 de março

De acordo com o Gabinete de Crise, o Rio Grande do Sul ainda vive um cenário crítico da pandemia. Apesar da redução na velocidade de propagação e no número de internados, o sistema hospitalar segue sob pressão fortíssima, o que se traduz na elevada quantidade de mortes – o mês de março foi o mais letal. O aumento no número de óbitos na semana foi bastante expressivo, com crescimento de 16% de uma semana para outra – de 1.824 para 2.124. É o maior registro em uma semana desde o começo da pandemia.

A ocupação próxima a 100% indica forte pressão sobre o sistema hospitalar, e isso significa que a operação segue acima da capacidade indicada em algumas regiões do Estado. Ou seja, quem precisar de atendimento ainda encontrará uma rede hospitalar lotada.

Na contramão, a análise técnica do Gabinete de Crise chamou a atenção para a redução em dois indicadores. De acordo com os dados, houve redução no número de confirmados com Covid-19 em leitos clínicos (-20%), assim como leve queda no número de internados pela doença em leitos de UTI (-4%).

Todas as regiões estariam em bandeira vermelha

Pelas médias ponderadas finais de cada região, as 21 regiões Covid estariam em bandeira vermelha, que indica risco alto para o coronavírus. No entanto, devido ao acionamento da salvaguarda estadual, implementada na 43ª rodada, todas as regiões ficaram em bandeira preta. A ferramenta leva em consideração a razão de leitos livres de UTI sobre leitos ocupados por Covid em UTI. Quando a razão estiver menor ou igual a 0,35 a nível estadual, a salvaguarda é acionada, e se sobrepõe a todas as outras regras.

As regiões de Santa Rosa, Ijuí e Cruz Alta registraram a menor média ponderada final da rodada, de 1,98. A região de Cachoeira do Sul teve a mais alta média final, de 2,45, seguida por Capão da Canoa, cuja média ficou em 2,43.

O ajuste no modelo foi considerado necessário porque, quando a capacidade hospitalar está próxima do limite, alguns dados podem sofrer atrasos de preenchimento devido à sobrecarga das equipes e, além disso, os indicadores de “velocidade do avanço” e de “variação da capacidade de atendimento” se tornam prejudicados – uma vez que, mesmo havendo demanda por leitos, podem não ser preenchidos devido à lotação das áreas Covid dos hospitais. Esse aprimoramento visa melhor refletir e evitar o esgotamento de leitos.


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