Confira pontos importantes da história de 129 anos do Correio do Povo
Jornal foi fundado em 1º de outubro de 1895
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Em um contexto pós-Revolução Federalista, surgia em Porto Alegre o Correio do Povo, fundado por Francisco Antônio Vieira Caldas Júnior, com apenas 27 anos à época, no dia 1º de outubro de 1895, abrindo uma era moderna na comunicação do Rio Grande do Sul.
A criação do jornal ajudou a mudar os rumos do jornalismo gaúcho, em função do caráter de neutralidade e profissionalismo, afastando-se do jornalismo de cunho político-partidário difundido por veículos da época. No período, outros sete periódicos estavam disponíveis nas bancas da Capital, marcados pela ligação com o governo de Júlio de Castilhos ou oposicionistas ao então presidente da província.
Com a morte de Caldas Júnior, em 1913, a viúva Dolores Alcaraz Caldas deu sequência ao trabalho do fundador por quase uma década, passando em 1924 a direção da empresa ao irmão mais novo, José Alexandre Alcaraz.
Já em 1927, o sobrenome Caldas volta ao comando do Correio do Povo, com Fernando Caldas, filho do primeiro casamento do fundador do jornal, assumindo a direção a convite de Dolores.
Em junho de 1927, o Esporte Clube São José torna-se o primeiro clube reconhecido pela Fifa a viajar de avião, pela recém-fundada Varig, até Pelotas. Junto à aventura inédita, atletas do time da Capital levaram um fardo com 30 exemplares do Correio do Povo para comercializar na região Sul.
Em dezembro de 1935, o filho de Caldas Júnior com Dolores Alcaraz, Breno Caldas, assume o comando, permanecendo como diretor e proprietário até 1986. Poucos meses depois, já em 1936, surge a Folha da Tarde como diversificação editorial do grupo
Em 1946, as atividades da empresa são transferidas ao icônico edifício Hudson, um palacete localizado na então travessa Paysandu, entre a rua dos Andradas e a Sete de Setembro. O imóvel foi comprado anos antes e o nome da rua foi alterado para rua Caldas Júnior em 1944, em homenagem ao fundador do Correio do Povo.
Em 1953, o poeta, escritor e jornalista Mário Quintana estreia no Correio do Povo, seguindo como funcionário até 1977. Em 1969 surge a Folha da Manhã.
Em 20 de setembro de 1972, no dia da Revolução Farroupilha, o Correio do Povo tem uma edição impressa confiscada durante o governo de Emílio Médici. A circulação do dia foi proibida por conta de uma matéria que discutia a liberdade de imprensa. O mesmo aconteceu com a Folha da Manhã. Alguns exemplares foram salvos e hoje fazem parte do acervo histórico do jornal.
Em 1986, ocorre a mudança de proprietário para o empresário Renato Bastos Ribeiro, seguida em 2007 para o Grupo Record, mantendo o caráter independente da linha editorial, conforme os princípios definidos na primeira edição do Correio do Povo, em 1º de outubro de 1895.
A “Constituição” de Caldas Júnior
Ficam definidos em poucas linhas os compromissos com que esta folha entra para o convívio do jornalismo rio-grandense. O Correio do Povo será noticioso, literário e comercial, e ocupar-se-á de todos os assuntos de interesse geral, obedecendo à feição característica dos jornais modernos e só subordinando os seus intuitos às inspirações do bem público e do dever inerente às funções da imprensa livre e independente.
Como seu título indica, será uma folha essencialmente popular, pugnando pelas boas causas e proporcionando aos seus leitores informações detalhadas sobre tudo quanto vá diariamente ocorrendo no desenvolvimento do nosso meio social e nos domínios da alta administração pública do Estado e do país. Em política – somos pela República, e só alimentamos a aspiração patriótica de vê-la pujante, amada e próspera, capaz de fazer a felicidade deste grande país, fadado aos mais altos destinos.
Independente, nobre e forte – procurará sempre sê-lo o Correio do Povo, que não é órgão de nenhuma facção partidária, que não se escraviza a cogitações de ordem subalterna. O Correio do Povo aspira a honra de se fazer uma folha lida e apreciada por todos, e para isso não poupará esforços nem medirá sacrifícios.
Jornal aberto a todas as manifestações de pensamentos, estas colunas estarão sempre francas a quantos queiram, com elevação de vistas, tratar de assuntos de interesse geral, discutindo ideias e opiniões sobre política ou literatura, indústria ou comércio, ciências ou artes. Este jornal vai ser feito para toda massa, não para determinados indivíduos de uma única facção.
Emancipado de convencionalismos retrógrados e de paixões inferiores, procurará esclarecer imparcialmente a opinião, apreciando com isenção de espírito os sucessos que se forem desenrolando e os atos dos governantes, para censurá-los quando reprováveis, para aplaudi-los quando meritórios. Com tais intuitos, de que jamais se apartará, o Correio do Povo espera poder conquistar as simpatias do público, que o verá sempre disposto.
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