Decreto que proíbe venda e consumo de bebida na Orla ainda divide opiniões

Decreto que proíbe venda e consumo de bebida na Orla ainda divide opiniões

Uma semana após as novas regras de convivência, alguns frequentadores afirmam que o problema ainda é a falta de segurança

Paula Maia

Frequentadores relatam que o número de frequentadores na Orla diminuiu consideravelmente e ainda divergem sobre as novas regras de convivência no local

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Nesta sexta-feira, completou uma semana desde a implementação do decreto que proíbe o uso de caixas de som após as 22h, o consumo e venda de bebidas alcoólicas da meia-noite às 8 horas do dia seguinte na Orla do Guaíba (trechos 1, 2 e 3) e no Parque Marinha do Brasil. Durante uma visita à Orla, foi possível constatar que a maioria dos frequentadores estavam aproveitando as quadras de vôlei, futebol e a pista de skate, com exceção de um grupo de amigos que ainda consumia bebidas alcoólicas antes do horário estabelecido pelo decreto.

As opiniões sobre as novas regras de convivência no local permanecem divergentes entre os frequentadores. Lucas, de 18 anos, concorda com o decreto, mas acredita que ele deveria começar mais tarde. Ele ressalta que existe um limite entre o exagero e o correto, mencionando que o ambiente costuma ser agradável até as 2 horas da manhã e que depois fica impossível frequentar. Lucas destaca a intenção do prefeito em transformar a Orla em um espaço de lazer, mas questiona se o desfecho atual é positivo.

Por outro lado, João Felipe, também com 18 anos e skatista, considera o decreto válido. Ele relata situações em que a presença de pessoas consumindo bebidas alcoólicas na pista de skate causou tumulto e quase acidentes devido a garrafas quebradas. João Felipe menciona brigas relacionadas ao consumo de bebida, tanto entre os próprios consumidores quanto com os skatistas, o que prejudica a segurança e o desfrute do local. “A galera que bebe quer fazer baile dentro da pista”, afirma. Ele destaca ainda a relação entre as aglomerações de pessoas consumindo bebidas e ouvindo música e o aumento do tráfico de drogas no local.

Nicole, de 16 anos, tem uma opinião diferente. Ela ressalta a falta de segurança como o principal problema, argumentando que o consumo de bebidas em locais públicos sempre existiu e proibi-los não faz sentido. “Uma vez, um homem bêbado veio implicar comigo por nada e não tinha segurança.” Ela também relata ter presenciado diversas brigas relacionadas ao consumo de bebida, que poderiam ter sido evitadas com uma segurança mais efetiva. Ingrid, de 20 anos, acrescenta que situações semelhantes ocorrem em outros locais públicos e que algumas pessoas não têm a opção de se reunir com amigos em suas próprias residências, tornando a proibição uma restrição excessiva.

Mateus Ávila, gerente do bar Espartano localizado em frente às quadras da Orla 3, afirma que o decreto não interfere no funcionamento do estabelecimento, uma vez que ele já fecha às 22 horas. Ele vê a medida como uma solução rápida para acalmar a situação, mas destaca que o comentário entre os frequentadores ainda é em relação ao crime ocorrido, o que teria provocado a redução de público, incluindo até mesmo dos skatistas que vão ao local para lazer ou até mesmo para treino, pois muitos participam de diversos campeonatos.


Correio do Povo
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