Esqueletão: prefeitura adotará modelo misto, com demolição manual e implosão

Esqueletão: prefeitura adotará modelo misto, com demolição manual e implosão

Demolição de prédio no Centro Histórico custará R$ 3,9 milhões; prefeitura projeta conclusão ainda este ano

Correio do Povo com informações de Christian Bueller

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A prefeitura de Porto Alegre apresentou o projeto de demolição do prédio Galeria XV de Novembro, conhecido como Esqueletão, localizado na esquina da rua Marechal Floriano Peixoto com a avenida Otávio Rocha, no Centro Histórico da Capital. Será adotado um modelo de demolição mista, com demolição manual e implosão de parte da estrutura.

Os trabalhos começarão com o sistema de demolição convencional, até restarem apenas 10 pavimentos. Estes 10 últimos andares serão implodidos. O processo de demolição tem custo estimado de R$ 3,9 milhões e deve levar cerca de quatro meses. O município quer que os proprietários paguem o custo do serviço.

De acordo com a prefeitura, o modelo foi adotado em função da segurança do entorno e por ser mais rápido do que a demolição convencional. A estimativa é de que a implosão dos últimos andares encurte em dois meses a execução do projeto.

Os prazos passam a contar da contratação da empresa que ficará responsável pelos trabalhos. O prefeito Sebastião Melo defendeu a contratação em caráter emergencial, sem realização de licitação. Melo projeta que até o fim de agosto, a empresa estará contratada.

Os detalhes da demolição foram detalhados pela prefeitura em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira. A procuradora do Município, Eleonora Serralta, lamentou que a situação tenha se arrastado por tanto tempo sem que chegasse a uma solução. 

"Estamos cumprindo mais uma etapa que já dura 20 anos. Somos réus no processo, mas nos consideramos autores também. Há outros casos complicados nas cidades que passaram pela PGM", destacou a procuradora. 

Situação se arrasta há décadas

A procuradora apresentou o histórico do processo com uma linha do tempo. A construção inacabada tem mais de 70 anos. Em 1988, o município obteve na Justiça a interdição parcial do edifício. Em 2003, a prefeitura ingressou com ação judicial pedindo a conclusão do prédio, com interdição e desocupação. Em 2012, o Ministério Público entrou com ação contra os proprietários e a prefeitura.

Em 2018, os técnicos da prefeitura atestaram risco crítico da edificação. No ano seguinte, a prefeitura obteve na Justiça a interdição e desocupação do edifício, ação que acabou postergada para 2021 em função da pandemia. Em 2022, com base em um laudo técnico elaborado pelo  Laboratório de Ensaios e Modelo Estruturais (Leme), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o município pede à Justiça autorização para demolir a estrutura, concedida em abril de 2023.


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