Estiagem continua reduzindo níveis de rios na Região Metropolitana de Porto Alegre

Estiagem continua reduzindo níveis de rios na Região Metropolitana de Porto Alegre

No Guaíba, régua de medição do Cais Mauá alcançou apenas 50 centímetros nesta quarta

Felipe Faleiro

Dmae reafirmou que algas encontradas no leito do Guaíba não afetam a qualidade da água

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Quem observa o Guaíba, em Porto Alegre, seja passeando ou trabalhando pelo entorno, já está acostumado nos últimos tempos à estiagem, que deixa mais baixo o nível da lâmina d’água e afeta a paisagem e o meio ambiente da região. Na área do Anfiteatro Pôr do Sol, pássaros revoam, buscando áreas naturais para se abrigar, mas a baixa do rio cria poucas condições para sua permanência.

O porteiro Jocemar Souza dos Santos, que costuma caminhar pela orla diariamente, observa que vê o rio diariamente baixando mais um pouco, o que o preocupa. “As pessoas devem parar de descartar o lixo incorretamente, se não isto acaba acontecendo”, afirmou ele, apontando para a foz do Dilúvio, na avenida Ipiranga. “Se a população cuidasse um pouco mais do meio ambiente, seria melhor para todos nós”. 

A régua de medição do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, alcançou hoje 50 centímetros. Também nesta quarta-feira, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) esclareceu que segue monitorando a qualidade da água captada no Guaíba, e que, caso o consumidor registre cor na mesma, deve registrar protocolo no telefone 156 para que a situação possa ser avaliada. Neste caso, pode ser necessária lavagem de rede ou coleta específica para avaliação do caso concreto.

No terminal hidroviário da CatSul, em Guaíba, foram registrados 49 centímetros, enquanto no trapiche da Praia da Pedreira, no interior do Parque Estadual de Itapuã, em Viamão, somente 15 centímetros na lâmina d'água. No rio Gravataí, a régua de medição do Balneário Passo das Canoas, em Gravataí, mantida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), registrou no início da manhã 1,74 metro.

Já em Alvorada, na Estação de Tratamento de Água (ETA) da Corsan, a marca chegou a 1,75 metro. Também na quarta-feira, seguiam os trabalhos de remoção dos resíduos sólidos do rio Gravataí, em Cachoeirinha, lixo este que atinge as duas barreiras de contenção instaladas no píer da Praça do Ecoturismo desde o mês passado. A Prefeitura definiu São Leopoldo como o local de depósito dos materiais, na área da empresa Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), no bairro Arroio da Manteiga.

Para lá, já é encaminhado o lixo domiciliar de Cachoeirinha. Na bacia do rio dos Sinos, a medição da Agência Nacional de Águas (ANA) em Campo Bom registrou 1,50 metro, enquanto no Centro de São Leopoldo, a marca era 77 centímetros. Já na foz do rio Paranhana, no município de Taquara, o registro foi de 55 centímetros. Em Novo Hamburgo, a aferição da Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) exibiu a marca de 2,47 metros.

 


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