Estiagem novamente faz lixo cobrir parte da orla do Guaíba, em Porto Alegre

Estiagem novamente faz lixo cobrir parte da orla do Guaíba, em Porto Alegre

Níveis baixíssimos do curso d'água também atrapalham o trabalho de fotógrafos de gestantes

Felipe Faleiro

Entulhos acumulados geram trabalho redobrado para o DMLU e degradam paisagem já seca

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Esta segunda-feira, ao que indicam os prognósticos, será um dos mais quentes do ano até o momento no Rio Grande do Sul. As temperaturas beirando 40ºC ou acima desta marca brutal fazem com que os principais rios da região Metropolitana acelerem a queda de seus níveis, já criticamente baixos, o que prejudica a vida da população. No Guaíba, a régua do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, registrou 40 centímetros, novamente o índice mais baixo do mês até o momento.

A marca de 39 centímetros foi registrada no terminal da CatSul, no município de Guaíba. No trapiche da Praia da Pedreira, no interior do Parque Estadual de Itapuã, em Viamão, somente dez centímetros na lâmina d'água. Neste cenário com pouquíssima água na orla, próxima à pista de skate, no trecho 3, a fotógrafa Janaína Brandolt, ao lado do namorado, o também fotógrafo Leonardo Zanini, fazia imagens de gestante da cabeleireira Giovana Monteiro, que mora em Viamão. Já o casal vive no bairro Cidade Baixa, na Capital.

“O Guaíba baixo atrapalha um pouco as imagens, mas os clientes nos procuram e escolhem estes locais pelo aspecto natural mesmo. No caso da estiagem, temos que cuidar um pouco onde pisar, para não afundar os pés. O excesso de lixo aqui próximo também atrapalha”, comentou Janaína, cuja fala foi corroborada por Giovana. “O lixo de fato atrapalha, por isso fazemos as fotos em outros pontos”, disse ela. Já Leonardo acredita que a presença de árvores em poucos pontos da orla é um destaque negativo. “Elas ajudam no equilíbrio do meio ambiente”, afirmou ele.

Em meio ao entulho e aos restos de materiais, havia carcaças de peixes mortos, ajudando a degradar ainda mais a paisagem. Equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) trabalhavam no entorno. Também na segunda-feira pela manhã, a régua do Balneário Passo das Canoas, controlado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) no município de Gravataí, estava com a marcação de 92 centímetros, caindo drasticamente desde o início do dia 5, em razão da falta de chuvas. 

Em Alvorada, a medição da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Companhia Estadual de Saneamento (Corsan) apontava 1,08 metro, em queda desde 4 de fevereiro. No rio dos Sinos, a medição da Agência Nacional de Águas (ANA) no Centro de São Leopoldo marcava 54 centímetros de altura, próximo do valor mínimo registrado em fevereiro. No município de Campo Bom, a medição foi de 1,07 metro, e na foz do rio Paranhana, em Taquara, 37 centímetros. Em Novo Hamburgo, a medição da Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) diminuiu para 1,90 metro no período da manhã, mesmo nível da última sexta-feira.

 

 

 


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