Giovanna está mais perto de recuperar o lar levado pela enchente de maio

Giovanna está mais perto de recuperar o lar levado pela enchente de maio

Mesmo em condições precárias, a família, por necessidade, retornou para o imóvel no fim de junho

Cristiano Abreu

Menina agora recebe suporte necessário em Centro de reabilitação que a acolheu

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Mais de 170 dias após perder a casa na enchente de maio, a família da pequena Giovanna Rodrigues, 8 anos, ainda luta para recuperar as referências levadas pela água. A menina, que enfrenta dificuldades oferecidas pelo autismo e por graves complicações motoras e cognitivas desde o nascimento, tem contado com um círculo solidário formado ao seu entorno depois do drama da inundação.

O processo é lento. Já são quase seis meses vivendo de forma improvisada, e somente neste fim de semana foi possível iniciar a troca do telhado. A moradia, no bairro Sarandi, em Porto Alegre, ficou semanas dentro da água e foi preciso esperar que as paredes secassem para iniciar a reforma.

“Portas, reboco, encanamento, tudo estragou. Os azulejos do banheiro despencaram, só que não podíamos fazer nada antes da umidade sair”, conta a diarista Deise Santos Rodrigues, 52 anos, mãe da Giovanna.

Mesmo em condições precárias, a família, por necessidade, retornou para o imóvel no fim de junho. Desde então vivem no improviso, mas cada vitória é comemorada. Além de livros para recomeçar a biblioteca e os materiais para reformar o telhado, a família recebeu doações de eletrodomésticos, móveis e roupas. Recentemente, máquina de lavar roupas, televisão e até uma panificadora chegaram para repor o que foi estragado na enchente.

Reforma do telhado iniciou neste fim de semana | Foto: Deise Rodrigues / arquivo pessoal/ CP

“É um passo de cada vez, mas toda a ajuda que recebemos é incrível”, garante Deise.

A escola em que Giovana estudava, mantida pela prefeitura de Porto Alegre, ficou avariada e passou meses sem funcionar. A menina só voltou à sala de aula graças ao apoio do Centro de Reabilitação de Porto Alegre (Cerepal), que ofereceu uma vaga. E além de receber o apoio pedagógico e de saúde que necessita, no local, encontrou mais uma mão estendida e que lhe alcançou a tão necessária cadeira de rodas especial que ainda faltava.

“Está sendo feita sob medida para a Gio e deve ficar pronta em breve. Aos poucos as coisas estão se encaminhando”, celebra Deise.

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