Guaíba sobe e fica a 6 centímetros da cota de inundação no Centro de Porto Alegre

Guaíba sobe e fica a 6 centímetros da cota de inundação no Centro de Porto Alegre

Medição aponta 2,94 metros na área do Cais Mauá

Correio do Povo

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O nível do Guaíba subiu rapidamente nas últimas horas. A régua do Cais Mauá indica nesta manhã 2,94 metros, somente seis centímetros abaixo marca de 3,00 metros necessária para o extravasamento na área do cais.

Em virtude da cheia, a prefeitura da Capital decidiu que sistema de contenção do Guaíba permanecerá com todas as comportas fechadas nesta quarta-feira. 

A MetSul destaca que sequer é preciso que o nível atinja 3,00 metros para que as águas alaguem o cais. Na grande enchente de outubro de 2015, o Guaíba chegou a 2,97 metros em medição feita pela MetSul na régua física do cais e mesmo assim a água alcançou o piso do local por conta da ondulação gerada pelo vento e a passagem de embarcações, capaz de elevar em segundos o nível em alguns centímetros.

Já em cotas acima de 2,90 metros a ondulação pode levar água para o piso do cais. O nível atual é o terceiro maior observado no Guaíba em Porto Alegre desde a enchente de 1941, somente atrás dos picos de 3,13 metros da enchente de setembro de 1967 e dos 2,97 metros da enchente de outubro de 2015. Trata-se, assim, de uma cheia histórica e que ainda não chegou ao seu pico.

A forte elevação do Guaíba das últimas horas deve-se à chuva que caiu em pontos das bacias dos rios nas proximidades de Porto Alegre, mas, especialmente, ao vento do quadrante Sul que começa a soprar sobre o Norte da Lagoa dos Patos. Com vento Sul mais forte previsto para o decorrer desta quarta, inclusive com rajadas fortes, a tendência é de o represamento aumentar e o nível se elevar ainda mais.

A MetSul enfatiza que, independentemente de atingir ou não 3,00 metros, cotas acima de 2,70 metros trazem risco de alagamentos e inundações em pontos do Sul da cidade, como na Ponta Grossa, onde as cotas de extravasamento são menores. Ipanema é outra área que já sofre com alagamentos nos níveis atuais.

O nível muito alto ainda pode alagar áreas perto do Centro e da zona Norte (São Geraldo e Navegantes) pela água que reflui pela rede pluvial. A água literalmente sai pelas bocas de lobo. Em 1984 e em 2015, houve alagamentos pelo refluxo da rede pluvial na Praia de Belas (junto ao TJRS), Rodoviária, São Geraldo e Navegantes. O funcionamento correto das casas de bombas do sistema de contenção de cheias é determinante para impedir ou atenuar estes alagamentos por refluxo de vasos comunicantes.


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895