Integrantes do MST ocupam pátio do Incra em Porto Alegre e pedem cumprimento de demandas

Integrantes do MST ocupam pátio do Incra em Porto Alegre e pedem cumprimento de demandas

Movimento não teve sucesso em reuniões pela manhã, e deve permanecer no local até o final da tarde

Felipe Faleiro

Vigília integra o Abril Vermelho, considerado mês de lutas do movimento

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Cerca de cem integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocuparam, nesta segunda-feira, o pátio da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na avenida Loureiro da Silva, em Porto Alegre, ato repetido em outros locais do país. Representantes dos acampados também se reuniram com o superintendente substituto do Incra, Vitor Py Machado, para buscar o cumprimento de providências, porém não houve avanços. 

A vigília integra o Abril Vermelho, mês de mobilização do movimento em favor da reforma agrária. Entre as 13 demandas do MST, estiveram a nomeação imediata de um superintendente definitivo para o Incra, bem como a alocação de áreas da Fepagro, Cesa e CEEE Grupo Equatorial, em parceria com o governo do Estado, e da Conab, junto ao governo federal, para as demandas dos assentados, assim como a recomposição do orçamento do instituto, e ainda a apresentação de um plano para o assentamento de todas as famílias até o final de 2023.

“Não somos um movimento partidário, mas sim de luta. O governo federal está posto e estamos na torcida pela reforma agrária. Nossa pauta é de anos”, afirmou o porta-voz do MST RS, João Onofre Sziminski. A falta de uma superintendência fixa, de acordo com ele, impede que haja avanços em negociações junto ao Incra. Neste ano, o movimento também ocupou o pátio do Incra no último dia 8 de março, pedindo melhores condições de trabalho e apoio à produção nos assentamentos.

Após a reunião, os porta-vozes do movimento também disseram que a pauta com o governo do Estado não avançou, e que eles deverão permanecer no local até às 17h, pelo menos. “O que há é um comprometimento do Estado em dialogar com o Incra e as famílias para intermediar este conflito. Há algumas áreas do Estado ocupadas há mais de dez anos. Esperamos que ele não fique somente no compromisso, mas faça alguma ação de regularizar a situação destas pessoas”, afirmou Aida Teixeira, integrante do setor da Frente de Massa do MST RS. A assessoria de imprensa do movimento também afirmou pretender que a nomeação do novo superintendente ocorra ainda hoje.


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