Interventores do Hospital de Pronto Socorro de Canoas apresentam balanço da gestão estadual
Relatório destaca esforços para adequar as contas da casa de saúde, sem atrasos de pagamento para funcionários e fornecedores
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O balanço da gestão estadual no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), que esteve sob intervenção da Secretaria Estadual desde 8 de abril (por determinação judicial), destacou o compromisso da administração em adequar as contas da instituição, sem atrasos de pagamento para funcionários e fornecedores, e de efetuar melhorias na infraestrutura e na compra de equipamentos. O relatório das ações realizadas pela Secretaria da Saúde (SES) foi apresentado nessa segunda-feira, em reunião realizada na sede do Ministério Público Estadual. O Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde (IAHCS) é quem gerencia os serviços do HPSC, de forma emergencial, desde 27 de setembro.
O documento, exposto pela médica Eleonora Gehlen Walcher e a gestora financeira Suelen Ardui, interventoras estaduais na instituição, apontou que foram realizados 52.146 atendimentos e a taxa de mortalidade foi reduzida em cerca de 30%, de 8,03 para 5,68 a cada 100 pacientes internados, durante a intervenção. Além disso, no período, foram adquiridos novos materiais de higienização e rouparia, novas camas hospitalares e respirador de alto fluxo, entre outros equipamentos. Também houve o conserto da rede de gases e a compra de uma autoclave para esterilização de materiais. O Estado também adiantou repasse ao município de Canoas no valor de R$ 3.512.833,24 e deixou em dia o pagamento de servidores e fornecedores do HPSC.
O procurador-geral de Justiça, Marcelo Lemos Dornelles, salientou a importância da união de esforços entre os diversos órgãos, entidades e instituições envolvidas para conseguir, em um primeiro momento, estancar as ilegalidades, afastar os infratores e, então, seguir agindo de maneira célere e assertiva no hospital para manter a continuidade dos serviços e não deixar a população desassistida. “Esse comprometimento de todos foi fundamental para restituir o funcionamento adequado o mais rápido possível”, disse o procurador-geral.
O secretário municipal da Saúde de Canoas, Aristeu Ismailow, destacou o trabalho em conjunto, que possibilitou a entrega das contas zeradas, ou seja, sem dívidas, algo que não aconteceu nas trocas de gestores anteriores. “Entregar as contas zeradas é uma obrigação, mas que vemos como um grande mérito da nossa gestão.” Aristeu observou ainda que o Município cumpriu com tudo o que foi estipulado com as partes. “O MP nos deu a possibilidade e respaldo para trabalharmos de maneira efetiva e buscar soluções definitivas para o hospital".
O HPSC esteve sob intervenção por determinação judicial da 2ª Vara Cível de Canoas. O Pronto Socorro tem atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Oferece serviços para as especialidades de clínica médica, cirurgia plástica, cirurgia geral, neurocirurgia, cirurgia vascular, bucomaxilofacial e traumatologia. A instituição é referência em traumatologia para 150 municípios gaúchos, cobrindo uma população de cerca de 2 milhões de habitantes.
Também participaram da reunião o prefeito de Canoas, Nedy de Vargas Marques, a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, e representantes do Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers), Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems), do Ministério Público Federal (MPF) e do Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde (IAHCS).