Interventores do Hospital de Pronto Socorro de Canoas apresentam balanço da gestão estadual

Interventores do Hospital de Pronto Socorro de Canoas apresentam balanço da gestão estadual

Relatório destaca esforços para adequar as contas da casa de saúde, sem atrasos de pagamento para funcionários e fornecedores

Fernanda Bassôa

Os serviços do HPSC são gerenciados pelo Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde, de forma emergencial, desde 27 de setembro

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O balanço da gestão estadual no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), que esteve sob intervenção da Secretaria Estadual desde 8 de abril (por determinação judicial), destacou o compromisso da administração em adequar as contas da instituição, sem atrasos de pagamento para funcionários e fornecedores, e de efetuar melhorias na infraestrutura e na compra de equipamentos. O relatório das ações realizadas pela Secretaria da Saúde (SES) foi apresentado nessa segunda-feira, em reunião realizada na sede do Ministério Público Estadual. O Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde (IAHCS) é quem gerencia os serviços do HPSC, de forma emergencial, desde 27 de setembro.

O documento, exposto pela médica Eleonora Gehlen Walcher e a gestora financeira Suelen Ardui, interventoras estaduais na instituição, apontou que foram realizados 52.146 atendimentos e a taxa de mortalidade foi reduzida em cerca de 30%, de 8,03 para 5,68 a cada 100 pacientes internados, durante a intervenção. Além disso, no período, foram adquiridos novos materiais de higienização e rouparia, novas camas hospitalares e respirador de alto fluxo, entre outros equipamentos. Também houve o conserto da rede de gases e a compra de uma autoclave para esterilização de materiais. O Estado também adiantou repasse ao município de Canoas no valor de R$ 3.512.833,24 e deixou em dia o pagamento de servidores e fornecedores do HPSC.

O procurador-geral de Justiça, Marcelo Lemos Dornelles, salientou a importância da união de esforços entre os diversos órgãos, entidades e instituições envolvidas para conseguir, em um primeiro momento, estancar as ilegalidades, afastar os infratores e, então, seguir agindo de maneira célere e assertiva no hospital para manter a continuidade dos serviços e não deixar a população desassistida. “Esse comprometimento de todos foi fundamental para restituir o funcionamento adequado o mais rápido possível”, disse o procurador-geral.

O secretário municipal da Saúde de Canoas, Aristeu Ismailow, destacou o trabalho em conjunto, que possibilitou a entrega das contas zeradas, ou seja, sem dívidas, algo que não aconteceu nas trocas de gestores anteriores. “Entregar as contas zeradas é uma obrigação, mas que vemos como um grande mérito da nossa gestão.” Aristeu observou ainda que o Município cumpriu com tudo o que foi estipulado com as partes. “O MP nos deu a possibilidade e respaldo para trabalharmos de maneira efetiva e buscar soluções definitivas para o hospital". 

O HPSC esteve sob intervenção por determinação judicial da 2ª Vara Cível de Canoas. O Pronto Socorro tem atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Oferece serviços para as especialidades de clínica médica, cirurgia plástica, cirurgia geral, neurocirurgia, cirurgia vascular, bucomaxilofacial e traumatologia. A instituição é referência em traumatologia para 150 municípios gaúchos, cobrindo uma população de cerca de 2 milhões de habitantes.

Também participaram da reunião o prefeito de Canoas, Nedy de Vargas Marques, a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, e representantes do Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers), Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems), do Ministério Público Federal (MPF) e do Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde (IAHCS).


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