Justiça determina cancelamento de palestras de Fabricio Carpinejar em São Leopoldo

Justiça determina cancelamento de palestras de Fabricio Carpinejar em São Leopoldo

Justificativa é de que contas deficitárias do município não podem arcar com orçamento cobrado pelo escritor

Stephany Sander

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A Justiça determinou nque a prefeitura de São Leopoldo cancele a contratação do escritor Fabrício Carpinejar, que realizava uma série de 30 palestras sobre bullying nas escolas municipais da cidade. A justificativa são de que as contas deficitárias do município não podem arcar com o orçamento de R$ 80 mil cobrado pelo escritor. A medida foi tomanda nessa sexta. 

A autora da ação é a professora aposentada do município, Márcia Viera Coelho. Segundo o advogado dela, João Darzone, a indignação dela, frente ao atual panorama financeiro do prefeitura, motivou a ação. “A contratação também ocorreu sem licitação, sendo que não se tratava de um caso de urgência para o município. Constatamos na ação, as escolhas do administrator que preferiu gastar esse valor, que pagaria 30 professores, com um gasto que não é essencial”, explicou ele, destacando ainda que a primeira palestra ocorreu no mesmo dia de assinatura de contrato, no dia 8 de agosto.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de São Leopoldo, por conta do ponto facultativo do feriado do dia da Indepência não houve expediente e o executivo não foi notificado. Na segunda-feira, quando ocorrer a notificação oficial, o município irá se manifestar.

Conforme Fabricio Carpinejar, o cachê cobrado referente às palestras é três vezes menor do que normalmente cobra nos eventos. "Já realizei 11 palestras das 30 previstas. Não recebi nada até o momento. O orçamento de R$ 80 mil se refere à 30 palestras e mais transporte. Ou seja, o preço de cada palestra ( R$ 2,1 mil) está três vezes menor do que o meu valor de mercado (R$ 7 mil por palestra)", disse. "A verba destinada ao projeto é para uso exclusivo de capacitação de professores, não podendo ser usado para outro fim, como pagamento de salários de funcionalismo", complementou.

O escritor relatou que foi procurado pela Secretaria Municipal de Educação de São Leopoldo para ajudar a baixar o índice de violência com palestras sobre bullying. "Há um mês uma criança se matou em uma escola da cidade por não saber lidar com o bullying. O assunto não é brincadeira e, por ser de fundo emocional, não significa que não tem vítimas fatais. Pais e mães entendem o que estou falando. Professores e diretores da escola suportam novas formas de bullying, presencial e digital", afirmou.

"Não há nada a esconder, nada imoral em minha contratação, projeto foi publicado no Portal da Transparência da Prefeitura Municipal de São Leopoldo. Só pelos comentários sobre a minha aparência já é possível entender o quanto eu entendo de discriminação. Existe um longo caminho a se percorrer para garantir respeito e igualdade a todos", acrescentou.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895