Mais da metade dos pescadores da região Sul do RS ainda não receberam seguro-defeso

Mais da metade dos pescadores da região Sul do RS ainda não receberam seguro-defeso

Por meio de nota, o INSS disse que "brevemente essa demanda será zerada"

Angélica Barcellos

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Grande parte dos pescadores da região Sul do RS que tiram o sustento de suas famílias daquilo que é pescado na Lagoa dos Patos ainda não receberam o seguro-defeso. Pela legislação, aqueles que são regularizados têm direito a receber um salário-mínimo por mês entre junho e setembro, período em que a pesca é proibida para que os peixes possam se reproduzir.

Conforme o presidente do Sindicato dos Pescadores da Colônia Z3, em Pelotas, Nilmar Conceição, são em torno de 3.600 beneficiários nos municípios de Pelotas, Rio Grande, São José do Norte e São Lourenço do Sul. Destes, nem a metade está recebendo o benefício. "Em todas as cidades da região tem problema. Fizemos um protesto no final de semana e eles liberaram meia dúzia. Em Pelotas são em torno de 800 e nem a metade está recebendo", lamenta.

Ele reclama que os pescadores fazem o seguro há mais de 20 anos e mesmo assim tem que ser analisado. "O INSS dá uma data, o pescador vai no banco e não tem o dinheiro. Há casos que estão em análise e que não devem receber. As dívidas estão chegando e as pessoas estão há 76 dias sem trabalhar. Já tem gente com sérias necessidades e que não tem mais crédito no comércio", diz.

Nilmar conta que já era normal os pescadores esperarem até 40 dias em outros anos para receber, mas neste ano não tem previsão nem garantia de recebimento. Se não tivermos a situação regularizada até a próxima sexta-feira, na semana que vem vamos à Justiça e também faremos outros tipos de protestos", projetou.

Procurado, o INSS disse por meio de nota que a gestão do Seguro Defeso no Estado está subordinada à Superintendência Regional Sul, em Santa Catarina, que por sua  vez abrange os três Estados da Região Sul. "A Regional Sul vem trabalhando intensamente para finalizar o estoque dessa demanda, e que 85% dos processos do Defeso já foram analisados. Porém, os 15% restantes estão sob os cuidados de uma equipe mobilizada especialmente para isso. Brevemente essa demanda será zerada", garante o INSS em nota.


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