Considerado um dos maiores ecossistemas da Região Metropolitana, o Mato do Júlio, uma área ainda privada, localizada na cidade de Cachoeirinha, que serviu para amortecer as águas do Rio Gravataí durante os eventos climáticos de 2024, diminuindo o impacto e protegendo áreas urbanas habitadas, pode se transformar em Parque Ambiental.
O deputado estadual Miguel Rossetto protocolou nesta semana junto à Assembleia Legislativa uma emenda ao projeto de lei que prevê a destinação de R$ 50 milhões do orçamento do Estado para que o espaço (hoje, uma propriedade privada) se torne patrimônio público, de preservação ambiental e valor histórico-cultural. A ideia é que com este valor, através de recursos do Funrigs, se possa adquirir a área de 256 hectares, transformando-o em Parque Ambiental Urbano Mato do Júlio, com gestão compartilhada. A votação está marcada para dia 18 de novembro.
Na justificativa, Rossetto destaca que a finalidade da emenda é criar um espaço de lazer aliado à preservação ambiental e à conservação do patrimônio histórico e cultural da região, garantindo um espaço para que a população possa se encontrar e aproveitar de forma sustentável uma importante área verde da região, aliando recreação e qualidade de vida.
"O Mato do Júlio é um tesouro ambiental e cultural de Cachoeirinha e de toda a região. Queremos transformá-lo em um grande parque público, que una preservação ambiental, lazer e cultura, garantindo um espaço de convivência e qualidade de vida para a população", afirmou o deputado Miguel Rossetto.
Rossetto destacou que, após as enchentes de 2023 e 2024, investir em áreas verdes urbanas se tornou fundamental para a resiliência climática das cidades. "Parques como o Mato do Júlio são soluções baseadas na natureza, que ajudam a proteger as comunidades, reduzir impactos de eventos extremos e melhorar o ambiente urbano", completou.
ESPAÇO SE CONSOLIDARIA COMO ÁREA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
O vereador de Cachoeirinha, Leonardo Costa, que está à frente deste movimento há anos, garante que o valor de R$ 50 milhões é um cálculo imobiliário inicial para que se possam começar as discussões de compra. Disse ainda que seria um ganho de lazer e entretenimento para as populações de Cachoeirinha e Gravataí, que juntas somam 400 mil habitantes.
"O espaço se consolidaria em uma área de educação ambiental, pesquisa e ciência. Proporcionaria melhores relações econômicas para o município, bem como turísticas. Com relação a enchente, funcionaria como um sistema de proteção contra as cheias, atuando no amortecimento do curso hídrico e na cheia do Rio Gravataí."
POSICIONAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO CARECE DE ANÁLISE MAIS DETALHADA
O assessor especial do gabinete do prefeito, André Lima, esclarece que toda iniciativa que contemple investimentos voltados à preservação ambiental, à proteção do patrimônio histórico existente no local e ao desenvolvimento econômico sustentável é considerada de grande relevância pela Administração Municipal.
Entretanto, disse que neste momento, ainda não é possível a definição de um posicionamento, uma vez que a proposta necessita de análise mais detalhada. Assim que houver acesso às informações completas, a Administração poderá se manifestar de forma mais precisa.
Lima informou ainda que a Prefeitura segue com estudos técnicos que avaliam a possibilidade de aplicação de zoneamento em parte da área. “Somente após a conclusão dessas análises, conduzidas por profissionais especializados na área ambiental, será possível definir quais alternativas são adequadas e compatíveis com as características e potencialidades do local.”
- Cidades do RS estudam mudar bairros de lugar após cheias no Estado
- TCE-RS determina a reelaboração de estudos técnicos para reforma e modernização das casas de bombas em Canoas
- Um ano e meio após as enchentes, reconstrução avança, mas cicatrizes seguem abertas no RS
- Governo do RS repassa mais de R$ 846,8 mil a São Lourenço do Sul