Ministério Público do RS atuou em mais de 1,5 milhão de processos judiciais em 2022

Ministério Público do RS atuou em mais de 1,5 milhão de processos judiciais em 2022

Na Assembleia Legislativa, procurador-geral de Justiça, Marcelo Lemos Dornelles, prestou contas da instituição sobre o ano passado

Christian Bueller

Dornelles durante a sessão especial pública no Plenário 20 de Setembro

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Em sessão especial pública na Assembleia Legislativa, na tarde desta quarta-feira, o procurador-geral de Justiça, Marcelo Lemos Dornelles, prestou contas do Ministério Público do RS em relação ao ano 2022. No período, a instituição atuou em mais de 1,5 milhão de processos judiciais, recebidos nas esferas cível e criminal, em primeira e segunda instâncias. A sessão, no Plenário 20 de Setembro, foi conduzida pela deputada estadual Nadine Anflor, vice-presidente da Casa.

Em sua quarta oportunidade na função para apresentar os dados na Assembleia, Dornelles ressaltou o papel do MPRS e o tipo de gestão que desenvolveu à frente da instituição. “Tentamos fazer um mandato de uma forma muito republicana, independente, mas com bastante parceria, tivemos sempre nossas portas abertas para o diálogo”, destacou. Para ele “passou da hora de burocracia, optamos pelo diálogo construtivo. A resolutividade está na cabeça das pessoas. A tendência é pedir prazo, burocratizar. Mas prefiro ir para a resolução do problema”, externou.

O procurador-geral de Justiça lembrou que a instituição estava preparada quando a pandemia chegou em seu estado mais severo. “Tínhamos uma sala virtual em cada promotoria, fomos o primeiro MP do Brasil a voltar às atividades presenciais. Houve um planejamento”, afirmou. Dornelles salientou que a missão do procurador-geral perpassa a função na instituição. “É ser o promotor geral de toda a sociedade gaúcha. O papel de agente político é olhar para o todo, ter compreensão das necessidades do Estado”, enumerou.

Foram destacadas as atuações em diversas áreas, como Direitos Humanos, Infância e Juventude, Meio Ambiente, Ordem Urbanística, Consumidor e Patrimônio Público. “A maturidade de saber que podemos nos olhar, procurar o outro e buscar soluções republicanas, sei que a minha missão foi concluída”, concluiu. Além dos 1,5 mil processos, foram 70 mil denúncias oferecidas e cerca de 20 mil inquéritos instaurados ou em tramitação.

Mais números

Na área criminal, chegaram ao MPRS 435 mil procedimentos policiais. Destes, cerca de 150 mil foram inquéritos policiais e 270 mil termos circunstanciados, expediente utilizado para crimes de menor potencial ofensivo. Como vem ocorrendo nos últimos anos, a violência doméstica seguiu sendo objeto de elevado número de inquéritos policiais, respondendo por 33% do total. Da mesma forma, está entre os assuntos de maior incidência entre as denúncias oferecidas pelo Ministério Público. No total, foram 17.716 denúncias por crimes envolvendo violência doméstica, 17% do total.

Na atuação extrajudicial, que compreende todos os atos que ocorrem fora ou anterior ao ajuizamento de demandas perante o Poder Judiciário, 2022 registrou a instauração de 6,5 mil novas investigações conduzidas pela instituição, sendo a maior parte para apurar agressões ao meio ambiente ou má conduta na área do patrimônio público. Também foram instauradas mais de 95 mil notícias de fato referentes a informações que chegaram à instituição ao longo do ano.

Ainda, extrajudicialmente, o MPRS atuou na proposição de 1,5 mil compromissos de ajustamento de conduta, número superior ao de ações civis públicas ajuizadas no ano. Estas somaram 1.309 e são utilizadas quando a instituição não vislumbra ou já esgotou todas as alternativas extrajudiciais para solução das demandas ou conflitos.


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